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Mostrando postagens de outubro, 2009

Incurável Enfermidade

Eu não sou o eixo da infinita roda Que gira da planície ao litoral. Eu não sou o remédio das ânsias De vidas inexistentes E que tanto insistem em se enfeitar. Ah Apoteóse! Ah Infinita Náusea! Com tal crueldade eu escuto o ruído das máquinas Mas não vejo nada. Não sinto mais o cheiro dos doces aromas, Mas com tal crueldade eu sinto! Eu sinto o cheiro do óleo Do carbono E do silício. Ah penoso destino Onde tudo se acaba em rugas e bolhas! Onde os suores de dois corpos não se conhecem mais Mas por hora se entendem! Não está ao meu alcance Desde o meu nascimento A sensação macia de uma mão carinhosa. Ah severa mão penosa! Com que crueldade caí no meio da tempestade Desnudada de meus princípios Enrugada em meus suplícios. Ah, as minhas escolhas! Merecida consequência! O açoite silencioso desses morimbundos! Ah como me mata a morte viva desse mundo!