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Mostrando postagens de novembro, 2010

A Valsa

Eu só não entendo quando acontece de duas pessoas que se amam tanto não conseguirem se entender de verdade. Eu danço para não racionalizar o sentimento que tanto sinto, e ofereço uma dança a quem sinta que não possa entender as confusões tão óbvias dos nossos corações. Valsa, foi-se o tempo em que era exclusividade. Até os mais pobres de espírito têm o direito de amar. A Valsa Dois para lá Dois para cá Dois que se cruzam E jamais se apagam da memória. Um de paixões meteóricas Um de dolorosas retóricas Dois para lá Dois para cá E no três quartos Sobra um quarto vazio E de compasso errado Dois para cá em harmonia Dois para lá que vão embora Duas idéias conjuntas Duas almas perdidas Duas longas conversas Duas para sempre feridas. Dois beijos de desculpas Duas paixões duas nucas Duas mãos que se apertam Dois corações que se expremem Uma banda toca enquanto acertam Se bramirem, alvoraçarem enquanto tremem. Duas conversas ine

Carta Aberta Ao Conservador

Não consigo entender de onde vem o ranço que a classe média sente por saber que há pessoas que recebem um benefício do governo, e que é por direito delas, algo que está, ainda que mal difundido, previsto na Constituição. Por vias de buscar este entendimento, escrevo-lhe uma carta aberta, querido conservador. Aqueles que são beneficiados pelas bolsas assistencialistas não são os ditos excessivamente pintados nas anti-propagandas da oposição, tipos que se beneficiam do dinheiro dos impostos, e que abusam por achar que não tem que trabalhar. Sim, há a realidade de pessoas que optam por viver apenas da bolsa do que de oportunidades de trabalho, mas para muita gente isso é uma coisa difícil de compreender. Para você, cidadão, que está privilegiado em um ambiente de trabalho confortável e recebe um salário que pode ao menos ostentar a sua futilidade, esta compreensão só será atingida quando a sua perspectiva se ampliar para além do refeitório da sua empresa e de seu restrito círculo de am

Bóia Fria e Canto Só

Eu conheço o caminho que escolhi. Tenho consciência de onde estou pisando. Eu já sei do cheiro e da dureza desta terra. Serei constantemente solitário no meu pensamento. A busca pela verdade não é amiga de todas. E sei que o amigo de todo mundo não é amigo da verdade, mas, amigo de uma verdade disfarçada, ou um sedutor da verossimilhança. Tomar partido é não mediar, não estar em cima do muro, sei disso. É que não consigo me calar diante do que está errado, ainda que eu não tenha clareza do que estou dizendo. Sou cuidadoso nas palavras, mas jamais nas críticas que estão ao meu alcance. Jamais falarei das terras que desconheço, porque o rebote seria fatal para mim. Já sei que a dor do ego é grande demais para quem defende um pensamento, e que é certo, porém doloroso, que voltarei atrás se algum dia perceber que estou errado. Ainda assim, estou certo em dizer que enquanto pensar, pensarei solitariamente. Bóia-Fria e Canto Só Não sei o que é arar uma terra E não sei