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Mostrando postagens de junho, 2014

Refeição da Madrugada

Menu de restaurante burguês Tu, eu e a vida, Num encontro que era pra ser a dois Tudo diante de nós, aí está: Nosso erros do passado viram diamantes, E o venenoso vinho sólido da altivez A todos os sonhos cicatriza. Fica o alívio preso em embriaguez. E o que sobra pra depois? Para o apetite tardio, às vezes em repúdio? Para a digestão ácida, refluxa, má condicionada? Uma confusa saudade? Vermelha e negra meu bem, vermelha e negra. Olhe para cá, veja essa vida que escorre Escorre, mas como? Seca? Tinta? Nauseante? E o que sobra pra nós? Além desta garrafa vazia? Desse prato sujo? Além dessas palavras duras como pão? Alem desses olhares crus como a carne? Vermelha e negra meu bem, vermelha e negra.

Liebegeist

Romeu e Julieta separados pelo tempo E nos encontramos No passado, no futuro No pensamento e no sonho E é no sonho, Neste sonho perfeito Onde me perco, me encontro E nesse sonho onde eu reencontro, Como o direito de todo ser, O ser direito. Não fale palavras, Elas não parecem certas ou precisas (Ou necessárias). Também não tenho palavras Nem direções para nada que preciso Porque não são certas Ou necessárias Agora abrace-me forte E pare o tempo, junto comigo E segure minha mão, forte E deite-se aqui Durma aqui e abrace esta paz Enquanto te observo e sou feliz por agora. Agora é o que existe Não o próximo passo, não o segundo seguinte Apenas o ar após ar Te vejo, envelhecendo cada célula, e cada cacho de cabelo E te vejo, cada cristalina vida, se esvaindo Perguntas, como o relógio da vida A pergunta é o que não cala "O que é? O que será? O que pode ser?" Deixa a resposta pra lá, ela vem Ela nos espera, lá na frente, lá adiante Enquanto for

Unerreichbar

Alcançaríamos mil luas diferentes Contaríamos as estrelas Entenderíamos a vida e a morte Como se fossem algo normal E subiríamos na vida E entenderíamos isso também E cairíamos, sem nos lamentar. Mas de repente, na estabilidade Na ordem de toda situação Sempre, de repente Num piscar de olhos Quando o coração se aflige E chora, e pede por paz Num farol de trânsito que seja isso Na distração de todo o nosso sofrimento E atravessa, incauto, indeciso. Meu olhar apenas E tudo muda Tudo se transforma Tudo se constrói, e tudo se destrói. Nas doces primeiras horas da manhã A brancura suave é tudo o que domina esta mente. O dia é bom O dia é ruim O dia é uma tortura do não poder. Quando estamos sempre conscientes que é esse momento Como somos mortais.