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Mostrando postagens de maio, 2019

Maestro João Carlos Martins e a valorização da tragédia na TV

Minha mãe estava me contanto hoje sobre o Maestro João Carlos Martins, que visitou um programa de TV aí (não sei o nome, não assisto TV há muitos anos). O maestro vive um drama pessoal, é um pianista, apaixonado pelo ofício, tem na música a sua própria motivação para viver, e por causa de um assalto, onde sofreu uma pancada na cabeça, causou-lhe um problema neurológico que o impede de ter o movimento natural das mãos, quase impossibilitando que toque piano. Neste programa ele começa a tocar uma música no piano, apenas com o dedo indicador de cada mão, e em dado momento, começa a chorar: o motivo, um jovem promissor, da música (segundo minha mãe) morrera por causa de uma tragédia de violência. Minha mãe falava isso com uma voz piedosa e uma expressão de pena, e se via tocada por isso. A TV tomou tamanha proporção na vida das pessoas dos anos 50 a 2000, que esta geração desse período de 50 anos foi completamente convencida a dar qualquer situação nessa tela como verdadeira.

Misantropo I

Alvejo em choque Arremedo-me em contrapartida Não pedirei, jamais, licença Dai-me a escusa, porém Se és por liberdade Dai-me o passe total da vida. Que seja perante ao pernicioso O perverso e o doloroso Pois que venha o ardume Do inferno escarnoso Que me tragam o futuro A ruína das fortunas Dos sonhos e conjecturas Que zombe, essa divindade hostil Das feições da persona Em letárgica máxima febril. Estes espinhos, que tão profundos Perfuram a sanidade do homem gentil Não queira dele tirar o mel Senão o veneno da alma senil O máximo do néctar que lhe doa É a resposta cínica, amarga e mordaz Versaria-lhe com metáforas melífluas Escondendo as falácias de uma alma: Entremeios às brumas do arrozal Ao charco atiro-me, deixa-me lá O homem que vem do barro Não necessita de piedade Não precisa de perdão Aos que viveram o inferno da realidade Vivem a felicidade de estar no chão.

21 anos sem você...

O que faço agora é um grande absurdo, escrever um texto para alguém que não está mais aqui. É próprio de um lunatismo total, porque não, você não está em parte alguma desse dito além, tão fruto da imaginação humana, olhando pra mim, justamente pra mim, apenas porque agora estou pensando em você. Mas a saudade e a falta que você faz me enfraquece o espírito e faz com que eu caia nessas bobagens que às vezes nos rendemos, a precisão para não enlouquecer de vez. Já não estaríamos loucos o suficiente apenas por redigir por algo que não existe mais? De qualquer forma, eu não faço ideia da pessoa que você seria hoje, se ainda estivesse aqui. Não faço ideia se seríamos amigos ainda, se estaríamos perto um do outro. Dado o meu histórico social, é muito provável que não. É bem provável que você entraria pra minha lista da saudade, essa amargurada lista que eu pretendo esquecer. Nostalgia é o refúgio de uma mente que se acovarda com o presente. A vida é o que é. Mas ora, eu quero qu