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Mostrando postagens de outubro, 2014

Do Pior Abismo

E foi num piscar de olhos que tudo passou de ser E passou a ser de tudo E foi de tudo passando Pra passar sendo. Foi num piscar de olhos Que nessa hora muita coisa mudou A cor da casa As janelas fechadas As portas trancadas Seu rosto no travesseiro Meu rosto no travesseiro O acalento daquele amigo travesseiro. O cheiro daquele bendito travesseiro. E foi também num piscar de olhos Que mudaram os sons Cantos tornaram-se lamentações A música virou ruído O som da noite virou medo O som da casa virou silêncio (De apenas uma porta se abrindo por dia) E o silêncio virou solidão E a solidão virá E virá a morte viva Do horror do renascimento. Num piscar de olhos Mudou o olhar O olhar pela janela na montanha O olhar pro horizonte na beira da praia O olhar para a esperança duplicada E o olhar para o futuro Quando se olha E não se vê nada E olhar para si Quando muito vê Pouco mais que um passo a frente. Metade que sangra Metade que pensa que já foi Alma sia