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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Da Estátua ao Pó

Acordo O Coração está oco Sinto tudo Não sinto nada Sento em nada Não sou nada Sento Coragem errante Erra por aí Erra por ali Erra pela estrada Penso na coisa errada Reconstrói e vai O erro é a chaga Não me levanto Não sinto nada Ninguém me escuta Ninguém me sente Ninguém me cheira Ninguém é gente Respiro O alecrim e a menta A planta e a arte Eu sinto cheiro Não sinto cheiro Eu tenho cor, forma, fome e desejo Eu não te tenho Não tenho nada Não temo nada A onda anda Por onde anda a banda Bandeira? Eu ando na sua onda Eu quero sonho Vivo guerra Ei vivo em pedra Eu quero terra Não sinto em nada Não penso em nada Não penso em mim Oh vida errada Eu penso em mim Ninguém me toca Ninguém me choca A asa pórtica do amor Se desfalece da paixão caótica. Oh noite cólica Caleja o peito E sufoca! Sonha e me solta Teme a prisão E me esfola Eu sou homem de aventuras Eu sou menino de escola! Eu me sonhei Eu nos sonhei Eu te prendi Te sufoqu

O Remorso

Cometi o pior dos pecados que um pode cometer.  Não fui feliz.  Que os glaciares do esquecimento me arrastem e me percam, desapiedados.  Meus pais, que me engendraram para o jogo arriscado e formoso da vida, para a terra, a água, a volta e o ar, o fogo e a ida, Defraudei-os.  Não fui feliz.  Cumprida não foi sua jovem vontade.  Minha mente se aplicou às simétricas porfias da arte, que entretece naderias.  Legaram-me coragem, não fui valente.  Não me abandona.  Sempre está ao meu lado  A sombra de ter sido um desgraçado. 2010