Hoje eu escrevo para o silêncio. Não para teu nome. Não para tuas palavras que ainda me atravessam como espinhos tardios. Escrevo porque finalmente compreendi: esperar por um pedido de perdão é se acorrentar ao orgulho do outro. E eu escolhi ser livre. Sim, livre. Livre do papel que me deram numa história escrita só de um lado. Livre de carregar as palavras que não me pertencem, as acusações que tentaram me vestir como se fossem verdades. Mas eu também não sou inocente. Carrego minhas falhas — e aprendi a chamá-las pelo nome, a abraçá-las sem vergonha, porque só assim se cresce. Eu te perdoo. Não porque esqueço. Mas porque não quero mais viver com esse gosto amargo na boca toda vez que teu nome atravessa um pensamento. Eu te perdoo mesmo que você nunca entenda, mesmo que continue a contar a história de um vilão que você precisou inventar para justificar a tua fuga. Te perdoo porque eu também fugi . Porque éramos dois machucados tentando amar, e confundimos prese...
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