Humano
Quero imaginar uma vida sem marcas
Onde eu não precise comprar a alegria
Pagar a felicidade
E financiar a tristeza
Onde o bem estar venha numa brisa
E não encaixotada e de presilha
Quero me lavar nas águas límpidas da verdade
E arrancar a casca e o pus
Das feridas em liqüidação.
Às carcassas fétidas e mentirosas
A essas quero dizer não!
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Desumano*
Se no mundo não houvesse nenhuma marca
Não haveria também a diferença
Se há alguém que criou isso
É porque há quem compre e quem venda.
O bem estar vem de uma brisa de onde for
Apenas precisamos desprendê-la
A verdade está nos olhos de quem vê
E na busca que cada um faz da sua vida
Na real, não existem as feridas.
Se o mal e a mentira não existissem
Ninguém sentiria falta da verdade
Lola Marin
*Desumano é o poema resposta que a Angélica, minha colega de classe (pseudônimo de Lola Marin), escreveu espontâneamente assim que leu o meu texto. Achei extremamente criativo e é como se tivesse sido feito para completar a minha idéia. Agora aí estão, os dois lados da moeda. O desespero Humano e a Desumana solução.