Pular para o conteúdo principal

Mais reflexões

É engraçado, mas nunca vi muita graça nessa vida.

Desculpem o tom de voz, ou da fala, ou do discurso, que seja, mas não consigo falar de outra coisa. Isso é deveras engraçado. Quando por mais que digam para ser o senhor da minha mente, eu me entrego, deixando ser levado para onde quer que essa desgraça de pensamento me leve. Imagine se estamos viajando e de repente sou largado no deserto? Lugar quente de dia, gelado de noite, cheio de areia para todos os lados. Até embaixo. Grande dificuldade.

Um amigo certa vez disse que não há nada mais chato nesse mundo do que um poeta. Tudo o que acontece ele quer pôr em linhas. Vangloriar-se dos casos corriqueiros, tão inóspitos de glória. A poesia serve pra isso. A poesia e tudo o que vem da nossa mente. Não sou teórico, nem filósofo, mas nesse mundo dizem tantas coisas. Tomei a liberdade de dizer algumas também.

Se nos olharmos por nós mesmos. Não, não quero ninguém aqui cometendo suicídio e depois dizendo que a culpa foi minha. Cada um é o senhor da sua mente, não é o que dizem? Isso seria ridículo!

Na verdade, ridículo é ficar escrevendo por escrever. Esvaziar o coração. Deixar de sentir... Saudade? Não é bem isso. Um remorso qualquer. Uma vontade de ser Deus e mudar o curso da vida a meu favor. Só um pouquinho que seja. É ridículo.

É ridículo suspirar. Mas não é à toa. Apesar de tudo, é uma pessoa que está ali.

Quem sabe paixão? Não é só isso. Já ultrapassei os limites do odiar. Não consigo nem enxergar o que é verdade. Apenas o que é bondade.

Quem sabe amor. É cedo demais? E quando é a hora certa então? E quantas pessoas certas.

Quem sabe? Amor.

Postagens mais visitadas deste blog

PC Siqueira

Foi extremamente triste a morte do PC Siqueira. Nem toda morte é triste. Há mortes que acontecem, e a tristeza fica na saudade, mas nos sentimos felizes por aquela pessoa ter existido. No caso do PC, eu não comentava nos vídeos dele mas sempre o assistia.  Eu sempre defendi que o PC Siqueira por causa daquele infeliz caso, ele não foi aquilo do que todos o acusavam. PC Siqueira era depressivo, e em quadros graves, quando a doença está fora de controle, o depressivo se torna autodestrutivo, inconsequente, não se permite limites. Isso em todos os aspectos: físico, social, mental, emocional, não importa. A pessoa simplesmente não se importa com mais nada. Eu acredito que naquele comentário o PC já estava tão aquém dos limites do que choca as pessoas que ele foi lá e simplesmente disse. Ele pensou "eu me odeio, minha vida é uma merda, foda-se, eu vou dizer, e foda-se" e ele disse, e aquilo trouxe toda a reviravolta para a vida dele que o colocou nessa rota de loucura e solidão. E...

Ciência da Humanidade

Peço desculpas ao rapaz da IBM que estava lendo o livro de Richard Dawkins, Deus: Um Delírio, e que foi rapidamente atacado por mim, por falta de coragem de encarar que existem realidades diferentes da minha. A matemática sempre me fascinou. Não só a matemática, mas tudo o que a usa como ferramenta, os números, a filosofia, a física, a biologia, a química, a engenharia, a economia, as ciências da informação, as ciências dos softwares, as linguagens de programação, a música, a pintura, a astronomia, a poesia, a eletricidade, tudo o que se originou da harmonia dos números, tudo isso pra mim é arte. Se existe algo que já me incomoda faz muito tempo nos sistemas educacionais do Brasil é essa distinção cada vez mais forte entre Ciências Humanas e Ciências Exatas. Eu ouço essa dissociação como o som de uma facada no meu peito, isso realmente me dói e me incomoda. Para mim tudo é ciência humana, até mesmo a matemática. Eu sempre me lembro da frase de Darcy Ribeiro que disse certa vez...

Na Praia

Contempla a pedra una o nascimento Do suntuoso Astro que se lança Como o materno elance tua brasa Extirpa da minha vida o lamento. Beija-me os pés com tal candura A alma que imortal e majestosa Clara, tão macia e arenosa Da vida, abranda a desventura. Dança com o silvo de uma brisa Restaura-se o grão o teu domínio Incauta testemunho-lhe a misa A carícia que faz-me a imagem. Já não mais soa como o eterno toque Que na memória o gesto imortaliza Vez a vez se aparenta-se imponente A cena que comove-me o enfoque. Cavalga mar adentro a ventania Prata e prata no celeste horizonte Manto líquido, tua sabedoria Áspero, feroz limpa o Flegetonte. Olha a pedra do flamejante prenúncio Do grande Astro que o braço repousa A ocre cor que em seu leito se esconde Salva-se o mar perene de silêncio.