E quando parei de olhar a natureza
Cresceste.
As coisas acontecem
Enquanto nosso olhar fenece no espelho
Perde a estribeira.
Faço o verso como tu pedes
Não rimo
Não rimarei.
Tu não rimas com nada!
Teu verso é único
Isolado.
Não vejo rimas para teu olhar
Nem para este teu sorriso
Cheio de ironia
Mas sábio.
Saiba
Perde-se o medo
Vira-se poesia!
Cai a pétala
Vira-se o lótus
Abre-se o fócus
Cria-se o ópus.
Atalanta de madeixas frias
Seguras a tua lança
Espetas a tua vontade nesse mundo
Pois ele também te pertence.
Ouves os sons?
Certo que eles são para teus desígnios.
Tua voz estremece
Mas o povo teme o terremoto
E finge que adormece.
Mas ouves!
Ela aquece!
E quando parei para te olhar
Para te ouvir
Te cheirar
Te ser
Ainda vejo
Crescendo...