Eu flutuo pelo mundo de olhos cerrados
E tudo quanto vejo, quanto cheiro
Todas as coisas que me agraciam o ser
Elas não são estranhas para mim.
Não me impressiona a beleza afrodisíaca das cachoeiras,
Não me assusta a imponência colossal dos desfiladeiros,
Não me alegram, nem entristecem, o verde perfume dos arvoredos,
O céu luminoso não me traz calma nem pertubação,
Menos ainda a noite me traz tormento ou desilusão.
No seu vôo sutil, a borboleta eu saúdo com a respiração,
A pantera indomável, eu domo com a paz do coração,
Estou leve e cambaleante como a tromba do elefante,
Eu sou desde a pedra à estrela, som calmo e retumbante.
Todas as coisas que me agraciam o ser
Elas não me impressionam,
Pois me tenho em todas as partes do universo
Tanto em vida como em morte.
Sou eu do cume ao sopé
Sou eu do sul ao norte.