Rainha das Icamiabas pelo rio se apaixonou
Tentou tocar-lhe as faces mas os dedos lhe molhou
Parou sobre uma pedra em esperança e pensou
- Como pode a mão sólida ter para si todas as águas?
O o coração pesado sentiu, sentiu que eram mágoas
Jamais poderia ter para si o rio então?
Pequenas lágrimas guerreiras caíram pelo chão
E foram escorrendo numa incerta direção
Chorou por tantos dias e tantas noites chorou
Foi quando em estrelinhas ela foi se transformando
Em como poeirinhas finas o vento foi levando
O corpo da Rainha, junto aos céus, irradiando,
Depois de tantas lágrimas sinceras derramando.
Quem visse não acreditava naquilo que virou
E lá em cima em forma linda e branca foi ficando
Uma luz prata, tão forte e bela iluminando
E sobre a superfície do rio estava mirando
Rio e Lua correndo juntos e ao oceano.
Foi assim que a natureza de maneira tão singela
Uniu a Lua ao Rio, que para sempre era pra ela.
De corpos sempre unidos descendo para o Mar
O lugar onde o destino lhes fez como seu lar.
E assim a natureza mostrou o seu poder
Que ainda que Índia e rio não possam ficar juntos
Se verdadeiro é o amor, verdade irá ser
Ainda que Rainha, Lua, Rio ou Oceano
Para tudo que é sincero nada é impossível
Para tudo que é impossível suporta o coração
O rio corre junto com a Lua para sempre
E para sempre juntos, pelas noites estarão.