Este é, seguramente, um dos meus primeiros poemas. Fala de relógios mesmo, do passar do tempo descompassado e desmedido. Ou que não se mede, não se aplica à nossa ciência, mas à nossa consciência, ou semiconsciência, ou seja lá como queiramos chamar as coisas. Para tudo o quisermos dar nome, ainda existem coisas que fogem ao nosso controle. O tempo é uma delas. O que nos mantém sob controle está no mais profundo do nosso ser.
Este é um dos meus primeiros poemas, e já não importa em qual época ele foi escrito, mas se ele ainda faz sentido.
O Relógio Errado
Tic, Tac, Tic, Tac
Assim vai o relógio
Assim vai o tempo
Atropelando tudo:
O homem,
A mulher,
A criança.
O cachorro, gato, rato
O homem e a mulher.
Tudo se vai
a Lua se vai, o Sol se vai, o Dia...
E eu estou aqui!
Ou será que estou lá?
Às vezes estou aqui, às vezes estou lá
Às vezes nem estou!
E às vezes não estou sozinho!