Ah! Veneno dos bem quistos
De velha mania em dizer não.
Espíritos fortes, rebuliços
Ah Homens e Mulheres!
E crianças também
Crianças também!
A pessoas que existem
Desintegrando-se ao chão.
Ah venenosa revolução!
Dos olhos de mal querer
De mal dizer
E do mal digerir das notícias de todo dia
Ao bom dia que mal quer
Num nascer de Sol sombrio
Cujo dia que não se vive
Doa-se a outrém
Para muitos que não teremos
E tantos outros que nunca vêm.
Ah esta mania de não querer!
E de lutar e de viver!
Sobreviver!
Ah meus caros da história
Os Heróis ou a escória
(Depende de que lado da mesa estou
Se de pé ou se sentado
Farto com requinte
Faminto comportado)
Por que o mal hábitado do tanto querer
Daqueles que mal sabem o que querem?
Os olhos dos que não vêem
A fé dos que não crêem
Os pais dos que de mãe criaram
Como ovelhas velhas
E que sozinhos aprenderam a caminhar.