Badala o sino anunciando a missa
Perco a missa
O café amarga, azeda, queima
Sem a fumaça do consolo
Largo ali a xícara
Que permanece por uma semana
Porta entreaberta, todos os dias
Espero alguém chegar
Ninguém chega.
Luz vai e volta sozinha
O calor existe, mesmo debaixo da sombra da árvore.
Ouço um choro na caverna
Nesse som que bate no fundo e ressoa.
Badala o sino anunciando a missa
Perco a missa.
Caverna escancarada, todos os dias
Espero alguém chegar
Ninguém chega.
Bebo o café, acabou o café
Largo ali a xícara
Que permanece por um mês
Odeio o lago da calmaria
Quando se tem medo de nadar
Badala o sino anunciando a missa
Perco a missa
Mar aberto, escancarado, agitado, calmo, todos os dias.
Espero alguém chegar
Ninguém chega.
Badala o sino anunciando a missa
Ninguém chega.
Enxofre, carvão, nitrato de potássio.
Pedaços de porcelana ao chão.
Ninguém chega, todos se vão.