Pular para o conteúdo principal

Verborragia Curativa

Por que às vezes sinto tanto ódio das coisas e a serenidade me cansa?

Eu já nem ligo mais pra esse desespero patético das nações em se acabarem em guerra em prol do controle mundial. Existe uma força muito potente em mim que mesmo que me corpo esteja escravizado, o que não é muito diferente da minha condição atual, minha mente nunca deixará de ser livre. A maior evidência que me dou é não temer nenhum tipo de crueldade humana. Que seja, façam-me sofrer por não aceitar seus esquemas sujos, por não seguir suas ideias podres ou sua religião morta, eu realmente não dou a mínima. E não, não é a postura de um mártir, é a visão de alguém que repudia essa classe de seres vivos que se intitula o topo da cadeia alimentar.

Mantenho-me vivo porque gosto de mim e gosto do que sou. A minha diversão é desprezar essa corja. Não me importo em ser arrogante, não me importo se essa intelectualidade pareça falsa, não ligo para seja lá qual for a sua análise psicológica perante o meu comportamento. Eu desprezo tudo o que você tente fazer pra compreender esse comportamento. Se você me definir como algo passível de ser tratado, eu garanto que passarei o resto dos meus dias tentando provar que você está errado. E que me aprisionem num manicômio, num hospital psiquiátrico, que me tratem feito louco, eu realmente não ligo. Isso seria meu trunfo, a maior prova de que só estou rodeado de covardes que não toleram nada que saia de seu controle.

As pessoas se desesperam perante alguém como eu, e logo me querem por num rótulo. Mas que minha vida acabe se eu virar um nome de dicionário ou enciclopédia.

Finja que eu não existo, é o melhor que se pode fazer. Essa existência tola e fútil já é demais tediosa sem estas coisas. Dê aos pobres jovens algo mais pra estudar:

"Aqui temos um clássico caso de narcisismo e negacionismo." Percam seu tempo com algo que não vai fazer a menor diferença, pois outros de mim virão. Algumas pessoas já não suportam mais estas mentiras, e essa é a maior cereja do bolo. Existem pessoas que apenas meneiam suas cabeças para que vocês se calem de uma vez por todas.

Essas lições morais, técnicas, essas aulas pobres da escola, em que é evidente, nem mesmo vocês suportam. Essas declarações de amor que mais soam como uma declaração de medo de não estar sozinho. Isso tudo é muito engraçado pra mim, porque o seu horror de estar errado é a minha maior diversão.

Sou o monstro que a sua própria sociedade criou, e não serei aprisionado. Odeio e desprezo a todos vocês.

Que suas mentiras de eternidade desapareçam tão logo a nossa raça que já está a porta da extinção. Isso será breve, e será o meu júbilo do maior erro que este planeta estúpido já cometeu.

Essa verborragia é o meu único remédio.

Se não aguenta viver a tempestade, não me traga a porra de um guarda chuva! 

Postagens mais visitadas deste blog

PC Siqueira

Foi extremamente triste a morte do PC Siqueira. Nem toda morte é triste. Há mortes que acontecem, e a tristeza fica na saudade, mas nos sentimos felizes por aquela pessoa ter existido. No caso do PC, eu não comentava nos vídeos dele mas sempre o assistia.  Eu sempre defendi que o PC Siqueira por causa daquele infeliz caso, ele não foi aquilo do que todos o acusavam. PC Siqueira era depressivo, e em quadros graves, quando a doença está fora de controle, o depressivo se torna autodestrutivo, inconsequente, não se permite limites. Isso em todos os aspectos: físico, social, mental, emocional, não importa. A pessoa simplesmente não se importa com mais nada. Eu acredito que naquele comentário o PC já estava tão aquém dos limites do que choca as pessoas que ele foi lá e simplesmente disse. Ele pensou "eu me odeio, minha vida é uma merda, foda-se, eu vou dizer, e foda-se" e ele disse, e aquilo trouxe toda a reviravolta para a vida dele que o colocou nessa rota de loucura e solidão. E...

Ciência da Humanidade

Peço desculpas ao rapaz da IBM que estava lendo o livro de Richard Dawkins, Deus: Um Delírio, e que foi rapidamente atacado por mim, por falta de coragem de encarar que existem realidades diferentes da minha. A matemática sempre me fascinou. Não só a matemática, mas tudo o que a usa como ferramenta, os números, a filosofia, a física, a biologia, a química, a engenharia, a economia, as ciências da informação, as ciências dos softwares, as linguagens de programação, a música, a pintura, a astronomia, a poesia, a eletricidade, tudo o que se originou da harmonia dos números, tudo isso pra mim é arte. Se existe algo que já me incomoda faz muito tempo nos sistemas educacionais do Brasil é essa distinção cada vez mais forte entre Ciências Humanas e Ciências Exatas. Eu ouço essa dissociação como o som de uma facada no meu peito, isso realmente me dói e me incomoda. Para mim tudo é ciência humana, até mesmo a matemática. Eu sempre me lembro da frase de Darcy Ribeiro que disse certa vez...

Devaneio de um Sonho

 Eu vejo a distância a morte de uma flor Primeiro ela para de crescer, numa decisão impetuosa A cor que desvanece, empalidece, esmorece. O perfume cheira a frio e a saudade. Pouco igual ao fim de um espetáculo Testemunho o longo adeus, se recolher Dá-lhe água, adubo, carinho ou amizade Ela existe mas para de viver. Na veia corre o sangue em aflição Pois mesmo queira a flor se extinguir Mais forte sinto ainda o desistir. Pra que escolho esta flor como objeto? Servir como o frescor de um novo amor? Ou o consolo expurgo desta dor? Como a vela em dia claro, sob a luz ardente Não quero que se vá, que me deixe, que termine Como pés cansados num deserto transcendente Pende a pétala no instante em que decline. E as pétalas as deixam, avassalada Uma morte por dia, a flor que emudece Mas menos que um sopro de vida: Ao cadáver de pé, uma prece: Tenta, a vida que se arrasta, arrasta ainda e segue.