Gullar era um homem apaixonado por tudo, pela vida e por todas as mulheres.
Apaixonou-se candidamente pela sua estudante favorita quando ela tinha apenas dezesseis anos, e o amor que cultivaram era o bilhete de entrada para a peça teatral que se seguia.
A vida bateu-lhe forte no peito e o acometeu com uma doença, uma moléstia, diriam os românticos. O amor acabou. O rancor os separou.
A moléstia da solidão o fez perder o jeito. Não sabia diferenciar bom dia e boa noite sem indagar a validade das palavras.
Um dia, aos 33 anos, idade jovem para a geração, desceu para pegar o jornal na porta de casa, quando decidiu, finalmente, morrer, após terem-lhe dito, educadamente - Olá, como vai? Seu sorriso bondoso se apagou. Ninguém nunca mais o viu após sua morte.