Do tédio
Ao horror da guerra
Da existência ou não do céu
Ou da certeza da terra
A cada uma cicatriz
Em forma de marca página
Por teu beijo
Eu anseio a cura
O único toque de acalento
Que em todos nós mora.
Na palavra esculpida
Pela eterna vaidade
Ou pela cinza cujo peito inflama
Tanto faz
Anseio deitar-me em sua cama.
É covardia pois renunciar
A esta condição de incerteza?
Mesmo na tristeza apreciar
Que o teu beijo nutre beleza.
Não é a moeda que sobra ou falta
Nem o amor que felicita
Ou o coração que parte em pedra
Não é o alimento, a condição
Salvo de conduta
É mais uma paixão
Uma necessidade
Deve haver poesia no amor
Na flor
No elevador
E na cidade
Não quero haver poesia
Na eternidade.