O maquinista puxa o cordão
A locomotiva apita
Chegou o trem, o povo sobe
A locomotiva sai
O maquinista puxa o cordão
Saiu o trem, o povo espera
A locomotiva apita
O maquinista puxa o cordão
Checou o trem, o povo desce
Mas então como se fosse num sonho
A locomotiva não apitou mais
O trem não saiu e nem chegou mais
O povo não desceu e não sobeu mais
O maquinista parou
E como se fosse num sonho
Olhou para o horizonte e viu o pôr do sol
Pela primeira vez soube o que é calor
Em lágrimas, bateu forte o coração
Sorriu, pediu perdão e se apaixonou.
Na estação, adormeceram mil anos de amores
O tempo não mais se foi, estacionou.
A locomotiva em ferrugem, vagão de flores.