Chegando na praça central
Ouço os ecos e os rumores
De uma vida que parece outra
Os risos de andarilhos sem caminho
Os caminhos de passos tortuosos
O desgaste do que antes fora arte
As estátuas sem nome
Os nomes nas placas sem história
Folhas caídas pelo chão
Os recortes no ar, de galhos retorcidos
Ominoso, lugubre e risonho
Será que um dia voltarão a florescer?
A cada suspiro uma mão distante me acena
Miragem ou ilusão, um consolo de memória.
Por que tão vazia?
Por que tão pouco visitada?
Por que assim, remota, esquecida?
Cercada de casas sem família
Cercada de muretas sem ter o que proteger
Nesta praça de ruas que não vão e nem chegam
Somente o velho reina
Meu filho, diz o vento, é assim mesmo.
Quantas vezes soube tu, alguém que guardasse teu nome?
A praça tem som de tranquilidade e cheiro de saudade.