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Na Praia

Contempla a pedra una o nascimento

Do suntuoso Astro que se lança

Como o materno elance tua brasa

Extirpa da minha vida o lamento.


Beija-me os pés com tal candura

A alma que imortal e majestosa

Clara, tão macia e arenosa

Da vida, abranda a desventura.


Dança com o silvo de uma brisa

Restaura-se o grão o teu domínio

Incauta testemunho-lhe a misa

A carícia que faz-me a imagem.


Já não mais soa como o eterno toque

Que na memória o gesto imortaliza

Vez a vez se aparenta-se imponente

A cena que comove-me o enfoque.


Cavalga mar adentro a ventania

Prata e prata no celeste horizonte

Manto líquido, tua sabedoria

Áspero, feroz limpa o Flegetonte.


Olha a pedra do flamejante prenúncio

Do grande Astro que o braço repousa

A ocre cor que em seu leito se esconde

Salva-se o mar perene de silêncio.

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Ciência da Humanidade

Peço desculpas ao rapaz da IBM que estava lendo o livro de Richard Dawkins, Deus: Um Delírio, e que foi rapidamente atacado por mim, por falta de coragem de encarar que existem realidades diferentes da minha. A matemática sempre me fascinou. Não só a matemática, mas tudo o que a usa como ferramenta, os números, a filosofia, a física, a biologia, a química, a engenharia, a economia, as ciências da informação, as ciências dos softwares, as linguagens de programação, a música, a pintura, a astronomia, a poesia, a eletricidade, tudo o que se originou da harmonia dos números, tudo isso pra mim é arte. Se existe algo que já me incomoda faz muito tempo nos sistemas educacionais do Brasil é essa distinção cada vez mais forte entre Ciências Humanas e Ciências Exatas. Eu ouço essa dissociação como o som de uma facada no meu peito, isso realmente me dói e me incomoda. Para mim tudo é ciência humana, até mesmo a matemática. Eu sempre me lembro da frase de Darcy Ribeiro que disse certa vez...

Tua Palavra

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