És o melhor, o melhor do mundo!
Disse-lhe o mestre da pintura
O melhor! O melhor do mundo!
Encara a obra presa à parede
Uma banana e uma cadeira
Tens pois, aí, a decadência em quatro estágios
Engana-se quem pensa ao contrário
Diz o crítico do diário
É a pós modernidade em madeira
Professa o douto sábio
Em sua acolchoada cadeira
Quem sustenta, sobre as pernas, a natureza?
Uma banana e uma cadeira à parede
Sublime símbolo, pura beleza!
És o melhor do mundo
Era o que tudo lhe dizia.
Décadas depois, em uma choça aos trapos
Morria.
O que é que aqui vem representado?
Pergunta lhe o jornalista
Arregalado à fortuna obra
Aqui tens uma banana
Aqui tens uma cadeira
Disse-lhe o cênico mercado.