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Yervante

O chão é de pedra
Mas a cama é de algodão.
O grito é de guerra
Mas também é de paixão.

Os olhos um dia se perderam
Procurando por coisas que não sei
Se houveram amores
Tu amaste e eu amei.
E se houveram dores
Também chorastes como chorei.
E se houve saudade
Que lá atrás eu já deixei
(Na memória inevitável)
O futuro há de ser mais memorável
E as alegrias hão de ser mais brandas.

E se houve passado, choro e amor,
Já hoje eu já não sei.
Mas por hoje posso dizer:
Por tudo passarei
Por tudo chorarei
Por ti
Por tudo
Amarei.

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Ciência da Humanidade

Peço desculpas ao rapaz da IBM que estava lendo o livro de Richard Dawkins, Deus: Um Delírio, e que foi rapidamente atacado por mim, por falta de coragem de encarar que existem realidades diferentes da minha. A matemática sempre me fascinou. Não só a matemática, mas tudo o que a usa como ferramenta, os números, a filosofia, a física, a biologia, a química, a engenharia, a economia, as ciências da informação, as ciências dos softwares, as linguagens de programação, a música, a pintura, a astronomia, a poesia, a eletricidade, tudo o que se originou da harmonia dos números, tudo isso pra mim é arte. Se existe algo que já me incomoda faz muito tempo nos sistemas educacionais do Brasil é essa distinção cada vez mais forte entre Ciências Humanas e Ciências Exatas. Eu ouço essa dissociação como o som de uma facada no meu peito, isso realmente me dói e me incomoda. Para mim tudo é ciência humana, até mesmo a matemática. Eu sempre me lembro da frase de Darcy Ribeiro que disse certa vez...

Na Praia

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