E se fossemos capaz de lhes devolver tudo o que lhes roubamos
A voz
A música
A luz
A alma
O direito de ser humano
Mas não posso
Posso apenas ajoelhar enquanto passas
Deixa-me, por favor deixa-me
Deixa-me transbordar toda essa culpa
Esse peso
Deixa-me mostrar o que é ao menos uma vez
Ser grande diante dos outros
Entendo a pequenez do gesto
Mas é a humilhação voluntária
De que não suporta teu sofrimento
Abro-te as portas para passar
E deixo que todos os palcos se esvaziem
Até que canses de tanto gritar
Até o fim da minha existência
Perdão
E quando perguntam do menino
O do morro?
Queria que fosse vivo
E é.
Mas não precisa de mim
Não precisa da minha licença
Ou da minha permissão
Isso é só voto de consciência
O alarme de uma alma que sofre
E se compadece
Se me quiseres na batalha
Lá estarei
Mas sei que tens punho
Força
Voz
Alma e Coração
Peço-te apenas
Por tanto que lhes roubamos
Perdão
Por inveja do feitiço ou da condição
O tanto que nos deste
A vela dessa traição
Peço-te apenas de joelhos
Um arrependido perdão