Pular para o conteúdo principal

Postagens

Filhos da Pátria Sacrificada

 Debaixo daqueles castelos tomando meu café O céu estava lindo de um azul da nossa pátria De um azul do nosso mundo ao redor do nosso pé, Debaixo daqueles castelos, tomando meu café. Tomando o café que alguém fez, As caixas dizem que além dos mares existe um horizonte. Com as bestas desconhecidas mas nossos homens valorosos são! Ao pé daqueles castelos tomando meu café.  Existe além dos muros do horizonte, o mundo que não conheço Só me resta crer nos escritos rodapés Ao pé daqueles castelos tomando meu café.  Queimaram as nossas perguntas Dez séculos atrás dos muros da vergonha.  Calaram todas as nossas respostas Eu sou seu Único e verdadeiro Amigo Dois pássaros pousaram na sacada Mas fizeram um grande estrago comigo.  Em nome de Deus, derrubem os castelos Pois não agüento mais plantar café Pra quem não me dá pé.

Mágoa Polissêmica

Vou beber para esquecer as minha mágoas Vou viver o modo que não deveria Pobre mágoa, que me fez senão a dor? Mas não posso afogar quem gostaria.  Viajarei em busca de minhas respostas Talvez biltre seja meu futuro nome.  Talvez mágoa o que apoia em minhas costas Talvez louco pra que não me sinta fome.  Nossas lágrimas q'ocupam mais espaço Do que a sede de estar além dos anos Mesmo que do meu irmão lhe mate os planos.  Não derrubam, não plantam não nos ensinam Só há poças que a história vai secar Pelo Sol que tristemente faz chorar.

Simples

 Não faça das verdades, o que não se vê no espelho. Tuas faces enevoadas Lábios falsamente rubros Cintura sufocada... Pois o que meu coração nota E como lira teu nome toca, São as belas carnes de teus seios O brilho infantil de teus olhos, Que muda as formas reais do lixo podre, Para um perfumado soar de ventanias campestres. Um apaixonado suar de vozes arfantes. E a respiração rápida, livre e solta, Do teu ventre embebecido Da tua cintura louca. ============================================= (alterado, 2021)  Não faça das verdades, o que não se vê no espelho. Tuas faces enevoadas Lábios falsamente rubros Cintura sufocada... Pois o que meu coração nota E como lira teu nome toca, São as belas carnes de teus seios O brilho inocente de teus olhos, Que muda as formas reais do lixo podre, Para um perfumado soar de ventanias campestres. Um apaixonado suar de vozes arfantes. E a respiração rápida, livre e solta, Do teu ventre embebecido Da tua cintura louca.

Entre as Brumas Incógnitas da Vida

 Entre as brumas incógnitas da vida Descansava-me em plena inconsciência No aconchego da mórbida demência Tu, existência ainda inconcebida Porém, em pleno sonho não lembrado Despertada a vítima, que tormento Para causar a dor e desalento E o gozo metafísico roubado. E jogado cá nesta vida, agora Refletindo pra onde vou embora, Sofro a dúvida eterna universal: Do meu berço para a vida que estoura? Terra inópia lar para almas agouras? Nós herdeiros do desvelo do mal?

Brasil

Aqui é a terra linda Menstruada. Ferida pelas mãos estúpidas Terra de nada e de ninguém, desde a primeira dúvida. Mas todos querem o que aquém. Lugar onde todo mundo é cego; E minhas vós já diziam que em terra de cego, quem tem olho é Rei. Mas nosso rei é bobo, E o bobo é artista E o artista, ladrão E o ladrão, é rei... Que pena. - Vagabundos! Vão trabalhar! - Os circos já fecharam meu senhor – que tristeza bufão. Agora só lhe resta soprar fogo nas calçadas, pois sua roupa é sem logotipo. Terra de surdo que ouve mais, Gente sã anestesiada com as epidermes formigando por aí Cheias de palavras redondas rolando ouvido abaixo. Mas ta cheio de vocabulário magro, faminto, pedindo pelo amor de        [Jesus Cristinho um dicionariozinho pra alimentar o léxico  [estomacal. Vejo a esteira do supermercado Uma mãe carrega o resto de tua resignação nas mãos. Não se sabe o que tem mais vida Se o produto nas alturas exaltado ou a mãe que está no chão. O resto são apenas valores.

Donzela Puta

 Era uma linda donzela matuta,  Nas suas cavalgadas, não mais é pura,  Pois cai a mascara e surge a puta,  Com o advogado que se mistura. Embora que de Cezar tenha a sina  Herdado, foi teu perdão esquecido, Logo de abandonado a menina Tenha no seu amor a fé perdido. Ajuda por apelo não recusa Pois sabe o amor que existia E que à presença antiga não resiste De bode advogado não se usa Da rola grossa nunca desistia E finge que o passado não existe

Genesis 2, 16-17

 Depois de comer da fruta da ciência do bem e do mal, Recordo-me que no meio do caminho, Daquela vida tão jovem...      ...e tão cansada...       ...e tão distante... Obriguei-me a subir no bote da ciência do bem e do mal. Aos poucos, e cada vez mais, O bote ia embora, velejando. A terra ia pequeninando e me deixando maior, ilhado no mar. Tão triste é tudo isso, mas ele se afastava...                  ...tão distante... Que susto de angústia que levei! Quando notei que não, o bote não se afastava. Ficou parado no mesmo lugar que entrei.                         ...e tudo tão distante... No dia que comi daquela fruta, e entrei naquele bote, Certamente morri!

Identidade

Como é dele o mundo do poeta. Pinga como chuva no pantanal:         Dez gotas de salivas efervescidas      Dez contos sobre meninos de rua      Um comentário sobre a beleza da lua... Igual da Vincis e Michelangelos, Dali sai alguma poesia. Nesse mundo Nasce o que se quer nascer, Colhe o que se quer colher, Bebe o que se quer beber, E não há coração para mexer.