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Mostrando postagens de abril, 2003

A Vida Segundo Brás Cubas

Morri! Não tive filhos. Não me casei com Virgília, nem com Marcela, nem com ninguém. Adoeci! Gastei meus dias com dinheiro. Tive amantes. Vivi minha vida. Fui maldito, miserável. Não me casei com ninguém. Formei-me em Direito. Formei-me em Medicina. Formei-me em tudo. Não me casei com ninguém. Quis todos os emplastos, mas não tive nenhum, não gozei de nenhum. Não me casei com ninguém. Fui Jovem Peralta Adolescente Traquinas Criança Nasci. E eis que aí, tudo se terminou.

O Escárnio da Morte

Aqui estou! Sobre teu leito de morte, a indesejada da tua vida. Aqui estou Dura como teu coração onde a glória fora unção. Chama-a! Veja se impede Que o verme sacie tua fome Fome, não. Mas o desejo daquele verme da terra. Apago essa luz, Apago aquela  E a de toda humanidade. E a paz reinará na terra, nos céus e no inferno.

O Cemitério dos Poetas

Luiz Vaz de Camões escreveu Oswald de Andrade escreveu Fernando Pessoa, escreveram Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira e Drummond Também escreveram Mas Camões está morto Oswald está morto Pessoa, morto Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira e Drummond. Todos eles estão mortos e enterrados. E o coveiro onde está? Foi assistir TV. 24/04/2003