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Mostrando postagens de janeiro, 2008

A Porta Branca do Paraíso

Duendes em volta do meu leito O cheiro, que cheiro! Perfumes que me deixam nostálgica Cores do cavaleiro. Ai! Que cavaleiro Veio aqui, nessa noite mágica. Estrelas mortas caem do céu como lágrimas E cada uma que despenca se explode, se destrói Pelo desejo tão pedido que não foi realizado E em lugar da esperança, um corrói E um negro espaço cósmico de mim apoderado O cheiro de água me lembra a tarde O calor úmido gostoso e abraçado As flores grisalhas de um tempo que não foi meu O riso que não foi meu Do rosto que não foi meu Da alma que não foi minha E nem foi a estátua afrodítica no aguardo de uma alma pobre. Pobre alma, feita de carne podre Carne fétida enlamaçada Escorando pela parede deixando manchas estrábicas. O piso branco ensangüentado em cada passo pisado Feridas profundas entre os dedos pesados Arrasto e escorrego nesse chão duro da mortualha E com a língua lavo o solo amargo avermelhado Não é da carne enlamaçada que o sangue escorre Esse é o san

O Impossível Desejo

Veio vindo pela calçada o velho Idoso já da idade cansadíssima Viveu vinte e sete anos vegetando. E repentinamente vinha Cruel e veloz Violenta A motocicleta da morte, que lhe tirou a vida. O secretário Divino ao ver o registro de óbito disse: - Isso está errado, o senhor morreu em outro lado. Veio vindo pela calçada o velho Mesmo Já idoso da idade extrapolada Vinte e sete anos de uma vida degradada Chegou em outro canto e deu mais uns passos Viveu mais uns dias E morreu de infecção urinária no hospital quase sem placa. Acordou um dia desses o velho, respirando livre o ar da vida Satisfeito das ressurreições mágicas da medicina E morreu do coração amando uma menina. Recorreu à sua culpa, numa ultima tentativa O secretário já cansado, deu-lhe uma alternativa Mesmo assim a vida insistia em se deixar vencer E caiu mais outra vez sem ao menos perceber. Fecharam sua porta agora em definitivo Enterrado ao lado dos seus conterrâneos Na lápide haviam escrito: "Mesmo morto, em nossas memór