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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Estrela de Cinco Pontas - II

II‌ ‌ Dentre‌ ‌as‌ ‌névoas‌ ‌do‌ ‌monte‌ ‌isolado‌ ‌ Reflito‌ ‌a‌ ‌sabedoria‌ ‌universal‌ ‌ Ou‌ ‌simplesmente‌ ‌deito‌ ‌e‌ ‌cortejo‌ ‌ Aquilo‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌traz‌ ‌o‌ ‌bem‌ ‌e‌ ‌o‌ ‌mal.‌ ‌ Porém‌ ‌o‌ ‌meu‌ ‌caminho‌ ‌só‌ ‌escolho‌ ‌ Naquele‌ ‌que‌ ‌também‌ ‌escolhes‌ ‌qual.‌ ‌  ‌ I‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌o‌ ‌conforto‌ ‌da‌ ‌minha‌ ‌alma‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌a‌ ‌pura‌ ‌luz,‌ ‌a‌ ‌nobre‌ ‌calma.‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌a‌ ‌invenção‌ ‌da‌ ‌amizade‌ ‌ Da‌ ‌solidão‌ ‌cruel‌ ‌em‌ ‌tenra‌ ‌idade.‌ ‌ Aquela‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌adequa‌ ‌à‌ ‌ingratidão‌ ‌ De‌ ‌não‌ ‌colher‌ ‌a‌ ‌vera‌ ‌realidade.‌ ‌  ‌ II‌ ‌ Reais‌ ‌são‌ ‌tuas‌ ‌falas‌ ‌e‌ ‌olhares‌ ‌ A‌ ‌chuva‌ ‌que‌ ‌te‌ ‌molha,‌ ‌a‌ ‌vaidade.‌ ‌ É‌ ‌tão‌ ‌real‌ ‌a‌ ‌tua‌ ‌criação‌ ‌ Teu‌ ‌doce‌ ‌mundo‌ ‌de‌ ‌imaginação.‌ ‌ E‌ ‌dele‌ ‌faço‌ ‌parte‌ ‌com‌ ‌prazer‌ ‌ Se‌ ‌é‌ ‌feliz‌ ‌pra‌ ‌ti,‌ ‌assim‌ ‌vou‌ ‌ser.‌ ‌  ‌ I‌ ‌ Concebes‌ ‌como‌ ‌serva‌ ‌meus‌ ‌desejos‌ ‌ Mas‌ ‌invés‌ ‌de‌ ‌alegria‌ ‌eu‌ ‌só‌ ‌vejo‌ ‌ Uma‌ ‌intensa‌ ‌fuga‌ ‌e‌ ‌covardia.‌ ‌  ‌ II‌ ‌ Que‌ ‌seja‌ ‌eu‌ ‌c

Estrela de Cinco Pontas - V

Estrela de Cinco Pontas V - 26/02/2009 I Jaz ao longe, o barco da fé Parado sobre a calmaria do mar do Éden. Quem ali reside, sem nada questionar? Quem ali se entrega, e a tudo renuncia? É vida em abundância ou sólida bacia? V Ali está o homem que tudo sente e nada vê É o homem que fielmente no Homem crê Este é o homem sábio e conduzido Sem ferida imunda e sem cicatriz mundana É o homem que em trapos está rico. I Mas rico ele está na sua pobreza? É pobre o que lhe falta de nobreza? V É nobre o que lhe sobra de certeza! I Mas certo ele está que está sozinho? V Não estás só, É como um livre e solto passarinho. Sem garras que o atem a este ninho Está seguro e firme em sua dor; Porém com grande afinco e ardor Está ainda mais seguro da sua cura. É um homem pobre, rico de alma pura. I Por que então ali não posso estar? Estou decerto em nuvens velejando. Mas em nuvens a certeza está vagando. O Deus me dá o Sim e dá

Estrela de Cinco Pontas - IV

IV Pelo sóbrio vestido de mulher Estive em poucas vias desta vida Vivi toda esta vida como quer Colhi o fruto nobre da amargura. I Bem sei o que me dizes ó amiga! Está com um pé na cova de ardores Curando como pode a ferida Que dói em sal, arbusto, veste e flores. IV Não doi apenas flores e arbusto Dói a existência sem sentido Dói a eminência do vestido Que veste e tapa tudo como augusto. I Pois ponha sobre a minha a tua mão Carrego como a ti, a pedra imensa De viver atrás do sim, mas ter o não Comer de insosso arroz pensando intensa. IV Agora muito bem sei como estou Pensava estar sozinha nessa dor Mas vejo que em ti eu muito sou No peito a mesma que eu tu tens a flor. I A flor está em mim e está em ti Sou tua alma pobre como és A minha alma rica que és aqui Você sou eu da fronte ao tronco e pés. ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~ Autores: Matheus Vieira - I Isabelle La Fleur - IV

A Incurável Ferida na Alma

O escultor no eremita abrigo Tem no silêncio da sua obra Seu único e sincero amigo. A nota voa triste e vã Do violão de um barraco Sem a certeza do amanhã. Há o poeta com seus versos Conversa só em sua pensão Diálogos secos, frios, dispersos. Com três pincéis em certo mangue O artista pinta o céu e o chão De tinta suja, suada e sangue. A dor eterna da arte nobre Não nasce em palco acadêmico Não é comprada em prata ou cobre. E não há saldo de alegria Pra tal intento involuntário Que punge sua alma todo dia. É uma dor de existência Buscar o lado diferente Sempre tentando a clemência. E então após a rejeição Do mesmo hipócrita que ria Adora-te hoje exaltação.

Risco de Vida

Olhar de Pedra Pede pra parar. Parar meu vício de parar o mundo Quando eu te olhar. Pedra de risco Risco de olhar. Risco de uma vida quando paro a vida Para te riscar Para-te vivo Vivo a te pensar Penso que presente olhos vidrados Quando te está. Vidro que quebra Pedra de quebrar. Risca a minha vida com cuidado Quando já estou lá.

Roxo

O hematoma que tenho no peito Manchou eternamente minha mente Mente a vontade minha ao leito Quente como sonho igualmente. Bate fraco e fosco indolente. Falo só do que não posso ver Vejo só o que não posso dizer Digo o que poucos ouvem Ouço o que poucos dizem Faço o que muitos querem E vivo como vertigem. Sangue negro e perturbado Dói a alma íntegra e conformada Mas o que dói é alma minha? Ou alma flor? Roxa flor que nasce da ferida E bela ilumina a minha vida. Que dói que dói Mas é assim. Sento consumindo meu café. E vivo perseguindo minha ida. ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~