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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Você

Meu corpo Não é mais minha cela embaraçada Obscura e confusa Confiscando os desejos. Entra o pasto a rua cidadela Passo, após, passo, Andarilho pensante Seu passo insistente e amante Minha mente é a minha chave E desde então nada é estranho Sem cercas, portões ou células Borboletas. Planácio. Laranja. Libélulas. Aquelas coisas que só nós entendemos. Subi ao patamar de anjo Ou desceste ao inferno Ou apenas nos vimos na rua E nos reconhecemos. Eu te vejo nesta vida cínica e teimosa De fechar os olhos para a dor De deixar-se seduzir pelo mundo Optar a tudo, e no fim, ser amor. E que me transforma no melhor que tem de mim Sem que eu saiba direito quem eu sou. E que se esconde em mim sem que eu sinta vergonha De aceitar a vida com tudo o que ela traz Faça bem ou faça mal, faça. Não importa com qual pronome se conjugue Apenas é isso, apenas me abraça. Tudo fez mais sentido e mais clareza Quando achei melhor sentir medo, chorar de tanta tristeza, percebe

Verdades não doem, mau caratismo sim!

Eu só peço licença para ser um idiota quando minha inteligência é insultada. To caminhando pela internet quando num texto que começa com "O difícil de ser feminista, é que de repente a gente percebe que homem dá nojo." Até aí tudo bem. Mas depois de ler e reler e reler, porque eu me dou a esse trabalho até mesmo pelos textos pequenos, eu percebo que o texto não é para abordar uma verdade universal, e sim pra falar das dores de uma mulher mal amada. "A verdade dói, mas é melhor uma verdade que doa do que uma mentira que oprima." Não consigo pensar em nada mais senso comum do que essa frase. A verdade doer é a desculpa para os covardes não abraçá-la completamente. A verdade não dói, liberta. O que dói é a distorção da verdade para conquistar objetivos individuais e mesquinhos. Queria eu que a verdade fosse um deus e pudesse condenar a todos aqueles que fazem uso do seu santo nome em vão apenas para criar uma frase de efeito, um impacto impressionável, uma

Amor da minha Vida

Às vezes te quero tanto como nunca Como nunca quis nada da vida. Às vezes te encontro assim, largada Como refúgio, como sonho Como ilusão perdida. Sempre me engana e por isso Às vezes te odeio Às vezes por ti pranto, Agarrada em convulsão No escuro lençol da cama. Às vezes fico séria, E quando te perco a saudade Tudo se alastra em drama. Às vezes te amo E como te quero Começo o dia sorrindo Tudo brilha, tudo é perto Andar por cima é fácil Às vezes chove Essa metáfora dos românticos Dos realistas e dos modernos É fresco, é triste, é silêncio, é paz Às vezes te quero tanto que não te quero mais. Às vezes sinto vontade de ficar aqui Agarrada aos joelhos, longe de ti Às vezes quero apenas o teu conforto A certeza de que é meu amigo Tem vezes que me quero só, comigo. Na maioria dos reveses Reveze felicidade com tristeza Isso com aquilo Controlo-me, controla-me Vejo o dia como dia Ou como metáfora Igreja vira vidro, ou fé Prédio vira pedra ou moradia

Perdendo

Transborda de mim o mundo de minhas costas Perdi dos meus olhos a minha criança Cirandando por aí, vejo-a mal, um vulto Persigo-a, adepta à covarde nostalgia A nuvem flutuante que de seu canto vem Dilui-se em alívio, um respiro, o ar Tão simples, o ar. A medicina para o pisar no chão Aquele homem bom, com aquele manto, suas feridas, braços abertos Não sei mais, até isso repousa na mente Mas me promete amor? Felicidades? Não duvidar de mim? Bebi, porém, sozinho, da fonte Extraí o néctar da vida Não foi por egoísmo Foi por pura dor.