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Mostrando postagens de maio, 2009

Carta ao Cientista

Coração. O que é isso? Será apenas um pedaço de carne que pulsa simetricamente, sincronizadamente, espalhando sangue para todos os lados? O que é isso? Um amontoado de músculos asquerosos e pegajosos, de aspecto grotesco cheio de uma carne indigesta? É o coração apenas o que jaz em carne? Ah sofrimento! Não vens do meu peito, mas da minha mente perversa e luzidia. E a razão, essa soberba que nunca admite a nada, transfere toda a responsabilidade para o já cansado coração, e é lá que eu sinto a dor, além da dor inevitável de me sustentar pelo resto da vida. Pois todos os males a ti pertencem ó coração. Carregas por toda a vida a responsabilidade cruel da vida, além da vida, e possui força imensa para realizar o seu trabalho incessante, sem reclamar, sem contestar. E razão, esta soberba, de ti diretamente depende. Dizem que é o contrário, pois sem a razão, o coração nada seria. Mas tu, meu pobre e cansado coração, tu és mais nobre, pois vives em constante labuta pobre, e ret

Casa de Vidro

Casa de vidro Casa simplezinha Erguida em pé sobre pedra calcada Unidos cantos em nós de torvelinhos. Casa de vidro Casa simplezinha Tão transparente de aparência fria Porém conforta, acomoda e luzidia. Casa de vidro Casa simplezinha Internas brumas são eternas dunas À porta uma esfinge invencível. Mil janelas do mundo invisível Mil reformas e outras mil fortunas Cautela aí, não toque pois é frágil! Tão fácil fere quanto alguém que seja Tão hábil é o pó do que apedreja. Causa feridas, o seu caco é ágil! Casa de vidro Casa simplezinha Agrada mais o hóspede que o dono Por fora é transparência Por dentro só espelhos O hóspede reflete-se em seu próprio meio. Casa de pó Casa de vidrinho Casa pequena Casa simplezinha. Casa minha.