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Mostrando postagens de outubro, 2010

Fanfarra (ou matraca) da Derrota

Olá de novo! Eis que venho falar de um dos meus poemas que mais causou polêmica entre os meus amigos, familiares, conhecidos e poucos leitores. Primeiro gostaria de falar das origens do título. Afinal, por que Fanfarra (ou matraca) da Derrota? Fanfarra é, usualmente, um toque de trombeta, que tem por intuito anunciar alguma coisa. No período onde as monarquias imperavam, ou melhor, posso dizer a grosso modo, no período medieval, a Fanfarra era tocada todas as vezes que um tipo nobre ou real estava chegando em algum lugar público (palácio, castelo, igreja, praça - muito duvidosa para esta última, mas voilá ). Então venho com uma fanfarra anunciar a derrota. E de onde raios vem matraca? A utilidade é um pouco mais abrasileirada. Matraca é um termo que eu conheci lendo o conto O Alienista de Machado de Assis, onde em um momento, um homem chega com uma matraca (aquela mesma do programa Chaves) para anunciar uma notícia de interesse público. Geralmente ele aparece em uma praça, gira a

Uma Bolsa

Duas jovens universitárias caminhavam pela alameda quando uma delas avistou um morador de rua que andava cambaleante, praguejando para o nada. - Depressa, deixa eu esconder minha carteira – disse a primeira. - Para que? – enviesou a segunda. - Oras, não está vendo ali o bêbado? Ele pode querer nos roubar. - Pode querer nos roubar? – fez a segunda jovem, em um tom de pergunta retórica. - É claro oras, eu não confio nesses bêbados de rua. - Eu não confio nesses sóbrios de rua mas isso não é motivo pra eu andar com medo. - É porque você nunca foi roubada por um deles. - Aquele ali já te roubou alguma vez? - Claro que não né! Mas nunca se sabe, é bom não dar confiança demais. - Mas ele sequer parou aqui perto. O homem está lá longe, nem dando bola pra gente. - Que seja, vamos só pass

Sob Poder

"As palavras têm poder." Que coisa, depois de muito pensar que isso era uma grande besteira, passei a concordar com a expressão popular. As palavras realmente têm poder. Na última aula de Literatura Brasileira, o professor Valfrides falava entusiasmado sobre a obra de João Cabral de Melo Neto, e foi que ele soltou a máxima dita por Lygia Fagundes Telles, definindo a diferença da palavra em prosa e da palavra em poesia: "na poesia, a palavra é gorda." Excelente! Palavra gorda, adorei a expressão! Quer dizer que com o mínimo de palavras, deve-se traduzir o máximo de imagens. Palavras representam imagens. Com pouco se diz muito, na poesia. Talvez por isso o verborrágico e o diletante soem tão insossos. É como se fartar de arroz branco sem sal. Eca! Mas muito além disso, a palavra tem poder sim! Já vi muitos por aí concordarem e rasgarem a seda para poetas prosadores do nosso jornalismo diário, onde com uma simples coluna conseguem nos dar um completo vislu

Diazepam

A sociedade brasileira se equivoca. Não quero delimitar um grupo, pois hoje, todos se equivocam. O caos social impera, e isso é favorável a poucos, terrível para a maioria, pois não temos uma unidade. O que antes poderia ser motivo de poesia e admiração, hoje é um grave fator para o impasse que vivemos. Nossa diversidade cultural e étnica já não me encanta mais, ao contrário, me assusta. Psicólogos admitem que a crise é favorável à mudança. Se as relações sociais se dão através do contato de uma pessoa com outra pessoa, então passemos a tratar o Estado como um corpo vivo, e não mais como uma idéia. Tratemos de enxergar que o Estado, que serve à sociedade (e não o contrário, como ocorre em nosso fascismo mental disfarçado de democracia) está sofrendo com uma doença horrível. Nossas células estão desordenadas, entrando em choque constante. Uma vez divididos, há o impasse, e havendo o impasse, perde-se a perspectiva. Caímos no mal estar da depressão coletiva. Falta esperança, e falta

O Meu Eterno Amanhecer

Paixão paixão... resistiu ao tempo. Possivelmente. É difícil falar desse tema tão delicado entende? Você entende. Foram tantas reviravoltas, tantas idas e vindas, tantas! Pois sabemos. Procuramos o que? Procuramos pelo que? Procuramos por quem? Pensar em você era quase regra, quase porque eu também pensava na minha vida, nas minhas coisas, pensava na minha dor. Como era doloroso, como doía meu Deus! Doía pra cacete! Tentava não me perder entre as páginas de um livro e de outro livro, e entre as pernas de uma e outra imaginação pendente. Pois é, era difícil imaginar. Eternamente amanhecendo com uma lembrança, com um desejo, com uma esperança das coisas acontecendo, duas vidas tão distantes, paralelas, para elas, vivenciando as coisas como se fossem ondas nos levando, sem pensar, sem oferecer resistência, sem esperar que algo nos parasse, mas sabendo no fundo que não era bem assim. Não era bem assim. Eu prefiro não pensar, não é pra pensar, é complicado, é estranho, é difícil, não