Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2009

Eu Posso?

Poderia eu te dizer que não há estrelas suficientes no céu Nem grãos de areia no mar E me dobrar sobre esta afirmação comum Apenas pra agir no meu gesto de amar? Com simplicidade não me contento Embora o amor seja complexo E tem o simples de intento Com atitudes sem nexo. Pois diria a princípio, com palavras rupestres De rudeza artística De por pura clareza Com suma da beleza... Palavras sem vão Discursos sem vão Caminhos sem vão. Seria o bastante apenas o olhar desejoso O gesto carinhoso O feito ambíguo, embora sempre preciso O medo inimigo de ficar sem comigo A volta insana de castelo a choupana De Almira a Joana De Karina a Zumira De farinha esparsa De alimento e farsa Deixar minha cultura Deixar minha política Deixar minha loucura Deixar minhas vestes Deixar minhas pestes Deixar minhas doenças Deixar minhas benças? Seria possível e suficiente Agir como louco e demente Agir como pobre doente Agir como rico serve

Protesto Apaixonado

Tal como o moribundo demente Que sente a vida indo de pouquinho E sente a pele morta já dormente Não sente nem o toque passarinho Sinto que sou a última do mundo Sinto que sou como a moribunda. Mas ao invés da pele sem o tato O que já morto sinto é o coração. Desse mundo carne, água e prato Dessa alma sem intuição Do vento frio e forte que não toca Onde tudo é sim e nada choca.

Nascida

Nasci simples de um beijo de pó Cálida calma da brisa matinal Simples, simples e só. Há quem diga que foram nove Mas nasci de doze meses Mamãe disse que foi de novo. Mas foram doze meses Desde que uniu mulher e homem. E nasci simples Nasci simples de um beijo de pó Nasci simples, simples e só.