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Mostrando postagens de outubro, 2017

D.D.M.

Destrói-me drástica mania Desde dada melancolia Muito intensa vilania. Este veneno que em silêncio A alma dos mais puros Com sado açoite corrompia. Tem em mim uma trilha escura Basta que se veja com atenção A mancha que pesa o coração Mas eis a clara luz do dia Essa antítese da minha negação Não existe pois explicação Porém é esta que mais mata Uma carne que em plena lustre Inundada em podre embuste.

Estrada

E se alguém me convencesse Que aquilo que visto Está do avesso? Como saberia eu Pobre eu Onde é o fim Onde é o começo? Quem anda perdido por aí Encontra os melhores lugares Mesmo sem querer Vou em busca da esmeralda E só encontro Turmalinas. Mas é verde e bela mesmo assim Só me falta amar-lhe a cor Com mesmo puro e sólido Amor.

Estoura

Sabe quando a gente morde aquela fruta, sem medo, cheio de dentes, morde a polpa, morde a semente, o suco escorre na cara da gente? Pois bem Um dia desses eu vi um cara na rua No escuro Mordia a ponta do muro assim, todo duro Mastigava como um animal Como se não houvesse amanhã As pessoas passam na rua Horrorizadas Faziam "Mas hã?" Esse cara está maluco Perdeu a noção Chama o médico Chama o coveiro Ele mastigava pedra, cal e cimento Disse Calma minha gente, eu sou pedreiro Mas será que é mesmo? Por que um dia desses Vi ele fazendo uma feijoada Será que é cozinheiro? Sabe quando a gente morde uma feijoada Como se fosse a melhor coisa que existisse? Sabe quando vem aquela caipirinha E na vida Nada do que a gente tenta É como algo que a gente desistisse? Aí vem o samba E vem a gente Mas sabe quando a gente tem medo? Sabe quando a gente chora? Então chora Chora Sabe quando tá tudo uma zona? Sabe quando a gente estoura Meu Deus! Minha

Previsão

Encaro meu horizonte Onde lá jaz o meu futuro Vejo meu futuro como se fosse vivo. Vejo a mim mesma além de mim? Mas uma chuva cai Enxarca-me as previsões Destrói as tranças de meus cabelos Perfuma a relva com cheiro de nostalgia As flores no caminho não resistem Mas não se queixam Se quedam. Curvam-se A cada gota De pesar De molhar Aguardam Aguardo. Que sou eu? A chuva cessa Goteja tímida Como que pedindo licença Para se retirar Chega o horizonte no caminho Ou chego eu com meu caminhar? De onde encaro novos horizontes Nada é como é Mas tudo pode ser Sem que eu seja Que sou eu? Que vida maravilhosa.