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Mostrando postagens de março, 2018

Aquela que não vem

Despertei esta manhã com uma lágrima laçando o peito Que desatino, que falta de elegância Assim no meio da andança Até derramei o café Sufoquei um grito Mas a lágrima, nada A manhã estava fresca A ficus agitou-se num bom dia Mas o peito afogado Dessa maneira sem razão Não me entornou ainda a vida Tudo o que é tortura pra saúde Reside no futuro Saúde, paz, fortitude Mas lágrima não larga da sua feita Sem um pingo de consideração Ela me aperta até que eu caia de joelhos No chão.

Penumbra

O mundo em si Na caverna da abstração Seguem-me Ou sigo-as eu? Às custas da imagem inconstante da inconsciência? Amanhecer é uma ideia Onde está, pois, o corte? A delimitação? O saber é presente O sábio ente Preenche-se, ao redor Está no ar e na água que ingere Está na luz que teu olhar atinge Mas não nota? Permitir-se? O limiar entre a noite e a madrugada O animal que uiva ou caça O homem que está de pé, e anda.

Joelma

- É ele quem tá falando. Ouvi o som de mute  no telefone "ótimo, telemarketing"... é consenso entre os concidadãos que nós odiamos essas ligações, mas eu tenho um motivo a mais para odiar. Foi quando meu demônio de estimação saiu voando pela janela e pelo seu rastreador infernal conseguiu detectar a frequência, e em cinco minutos eu ouvia berros de agonia e desespero do outro lado da linha. Ao que parece aproveitou a oportunidade para deixar claro que não se deve incomodar os seres do outro mundo, e muito menos os seus hospedeiros, o que resultou em por fogo em todo o prédio, rasgar as pessoas ao meio, arrancar suas vísceras e largar os corpos num cenário de putrefação e desgraça que faria qualquer bom Cristão temer pela sua própria fé. Mas minha imaginação foi interrompida: - Senhor? Senhor? Olá? - Sim, pois não. - Meu nome é Joelma, eu falo em nome do Banco do Sudão, e o senhor foi contemplado com a nossa promoção... - Olha Joelma me desculpe - inte

Quando um Herói Cai

A cidade amanheceu em polvorosa Trânsito Assassinato  Sequestro relâmpago Abuso Ofensas Roubos A cidade dormiu órfã Quando não houve ninguém Pra ser sua balança moral Se a cidade soubesse O quanto era seu os seus caminhos Mas o poste das ruas precisava estar aceso O bebê chorando no andar ao lado E o homem que podia Mas não se levantou.