Fui catando os fragmentos pela vida Pedaços do que foi estilhaçado Uma diversão aqui Um sorriso ali Aqui tem uma carícia Lá, cacei um pedaço daquela maciez Aquele calor de quando a mão Me segurou pela primeira vez. Fui catando os pedacinhos, pouco a pouco Ainda não está tudo, não está completo Ainda sinto o bater frágil e vazio De um peito pobre e inquieto. Ainda sigo em rimas sem sentido Em aceitar migalhas ainda sigo Porque não aprendi, desde aquela tarde A seguir sem o que me foi perdido. O som e a dor, a coisa que é física Se esparrama na malha do tempo Se alonga e se despeja pelos dias. Levanto Dobro os cobertores Faço o café Tomo-o, sozinho, em companhia A maciez de uma poltrona sob mim A fria brisa que corta o meu rosto Não é a carícia, é o mesmo convite diário O mesmo maldito sacrifício O que para muita gente é Domingo Para mim é um suplício! Por que ainda? E então, nada, absolutamente nada Esse maldito e infernal nada! Esse nada que se sobrepõe, que se envolve sem convite E se...
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