Você minha guia
Minha luz
Você que com a curva etérea
Da fronte mais divina
Me conduz
Eu sei que em algum lugar
Deste mundo repleto
De alegrias tardias
Deste mundo que pede sofrimento
Em troca de um alívio de momento
Eu imagino, com a força do coração
Que há uma flor transcendental
Uma pedra opaca, rara e lustrosa.
Que você enterrou com a própria mão
E lava-me o ilusório bem e mal.
E quando a carga torna-se mais dura
Mais árdua, mais pesada
Quando o peito arde em amargura
Eu sei, minha guia, que aí estás
Mesmo sem estar
Mesmo que tua matéria seja agora
Parte desta natureza
Que tenha caído no rio
Ou esteja esquecida sob a mesa
Que basta fechar os olhos
Lembrar dos sons trazidos de outro tempo
Quando a inocência ainda persistia
Quando você olhava para mim
Com seus olhos de amor e me dizia:
Ame, amigo, ame.
Ame todo dia.
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