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Mostrando postagens de abril, 2012
Para um adulto, o maior problema em ser criança é que para eles, elas são indomáveis. A pressa que uma criança tem em ser adulto é para se livrar da opressão de ser criança. Se houvesse menos repressão na infância, teríamos mais crianças alegres, e menos adultos tristes. A adolescência parece uma invenção onde essa pressão se torna bem articulada, confundida com a mudança do corpo. Corpo e mente são coisas tão distintas e ao mesmo tempo tão conjuntas. A mente comanda o corpo, e se a mente é criança, não há corpo que a negue. Só sendo si mesmo para ter a certeza: sou adulto ou sou criança? A natureza é harmoniosa porque sabe se respeitar com naturalidade. Forçar o processo só reflete nossa dependência da produtividade material.
As pessoas clamam enojadas que o Brasil tem 512 anos de história vergonhosa... bem, enquanto continuarmos ignorando a participação popular que aliás, é a verdadeira modificadora da história (embora não sejam os editores dos livros), não vejo perspectiva para um país de verdade, cuja população alienada corre desesperada no encalço de um modelo econômico de países falidos, consumistas, cruéis e criminosos. A começar, o Brasil não foi descoberto, pelo contrário, a terra indígena é que foi invadida e mutilada, e até hoje nós fingimos que eles não existem. Mais, ei, eles resistem!

As Horas Plenas

É necessária muita força, ter consciência de si E ainda ter motivos para sorrir. É preciso muita constância Determinação e relutância sadia Para não se desesperar com nossa própria miséria E ainda viver bem o mesmo dia. Em uma saudação de consternados Com as aberrações que a palavra dita Dissolve o coração amargurado Aquilo que tudo de bom se colhe. O silêncio da alma O tumor dos desonrados. - Honrai as suas loucuras senhores! Pois já é inimigo da liberdade A nossa teimosia aguda. Assim diz o cavaleiro da nossa vontade Brindando com água em copo descartável Mais simples é a luz que bate no chão.

XXX

O julgamento leviano nos priva de conhecermos pessoas extraordinárias. A padronização social proposta pela escola tradicional nos cega o entendimento de que cada pessoa é um ser humano profundo repleto de história e uma cultura próprias, e não um conceito.

O fim de um Narciso

Rodamos morro abaixo como se não houvesse ladeira Sem paredes de vidro Sem o vento oposto Sem casas irregulares Sem haver o que há de haver. Assim de súbito arrebata o oceano Tudo é tão fundo e disforme Uma ordem de algas misteriosas Sombrios sons vindos do além mar Um outro mundo meu Deus A baleia se choca com a superfície Água que é calma teme o álamo Opalas, vidros amarelos, flores acinzentadas Por que não há de ser assim? Sabe-se que o pasto seca no período do "Seja como for" Seja como for, não saberá de amanhã Não mais certo que só será um dia claro Cheio de pouca luz Repleto da ausência distante do canto de um passarinho Sem nuvem branca para cobrir nossa nublagem Certamente vingativas ideias do inconsciente Aquele fator inconveniente da vida. E se antes disso fosse tudo diferente ou apraz? E se antes de aprender a falar eu cheirasse melhor essa terra? Como se fosse algo diferente para trazer pra casa? Quando aprende-se a andar? Até dar n