As pessoas clamam enojadas que o Brasil tem 512 anos de história vergonhosa... bem, enquanto continuarmos ignorando a participação popular que aliás, é a verdadeira modificadora da história (embora não sejam os editores dos livros), não vejo perspectiva para um país de verdade, cuja população alienada corre desesperada no encalço de um modelo econômico de países falidos, consumistas, cruéis e criminosos. A começar, o Brasil não foi descoberto, pelo contrário, a terra indígena é que foi invadida e mutilada, e até hoje nós fingimos que eles não existem. Mais, ei, eles resistem!
Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição.
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