As pessoas clamam enojadas que o Brasil tem 512 anos de história vergonhosa... bem, enquanto continuarmos ignorando a participação popular que aliás, é a verdadeira modificadora da história (embora não sejam os editores dos livros), não vejo perspectiva para um país de verdade, cuja população alienada corre desesperada no encalço de um modelo econômico de países falidos, consumistas, cruéis e criminosos. A começar, o Brasil não foi descoberto, pelo contrário, a terra indígena é que foi invadida e mutilada, e até hoje nós fingimos que eles não existem. Mais, ei, eles resistem!
Almíscara penumbra O ar que pesa em febre As sedas ardem chamas Verte-me a maré da criação. Recebo em exortação As faíscas que te explodem sob a pele Cubram-me, estrelas cadentes. Ergo-te minha aberta taça Largo anseio a coletar Neste cristalino cálice As pérolas de deleite mar. Perfeita ondulação Com um arqueio para trás Transmuto em Eva Rosa aberta das Mil Noites Das mil insaciáveis noites! Sem medida. Deixe que caiam Que cerquem-nos as brumas Banham a alma o noturno orvalho Ouça este canto É a beleza do profano hinário. Neste sonho vivo Altivez de devoção cutânea Rito ao lúgubre exorcismo Governa e acata simultânea. Sorve dominada a benta água Aceita a nativa incumbência A viva e infinita exultação. Quente e pesada Cai a noite Salto na cidade inteira Soltas rubras copas Sem medo Reflexo brilhante das estrelas Embebe o lacre dos segredos. Quente e pesada Em açoite Salta a cidade inteira Um, dois, três, quatro Brindem ao pórtico Abraçados às cortinas Rasguem o m...
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