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Mostrando postagens de setembro, 2010

Música

Este final de semana o projeto que criei e onde eu toco participou do Festival de Música do Jardim Ângela, ou Jardim Ângela Music Festival, como preferirem. Foi empolgante de certa forma participar do festival, ver o nome de um projeto meu sendo mencionado por outras pessoas, tendo repercussão na internet (embora que ínfima, mas teve), e saber que ao menos algumas pessoas gostaram. Estivemos de certa forma desfalcados, o nosso baterista teve um grave problema familiar e não pode comparecer, então encaremos apenas o Júnior e eu. Tivemos coragem em tocar o Samba da Inês e o mantra Kali Kali sem acompanhamento de percussão, o que deixou a música de certa forma insôssa. Depois de um tempo tocando com o Fábio, eu não consigo imaginar as músicas com outras pessoas. Podem conferir algumas no meu outro blog: www.calangotrio.blogspot.com Não passamos na segunda eliminatória, ainda não sabemos os pontos das nossas falhas. E eu fiquei desapontado a princípio. Mas depois de pensar muito,

Perene Melancolia

Você já percebeu como às vezes a nossa vida ocidental nos cobra demais para vivermos? Já percebeu que tentamos chegar a um consenso, embora muito mais nos deixemos arrastar pelas companhias, acontecimentos, momentos, sem pensar muito sobre tudo o que está acontecendo? Como se a vida não estivesse sendo vivida, mas, situações sendo despejadas, uma após outra, no nosso colo, descontroladamente, semelhante a um caminhão que descarrega a sua carga sobre nós, que, em nossa miúda fraqueza, resta-nos sufocar? Não importa o que façam para melhorá-lo, o mundo é cruel e implacável. Ele não espera. Estamos todos indo, eternamente até que a morte nos separe desta obrigação inconsciente. Vamos caminhando, como loucos ao encontro de nada. Quem é que nos joga nesse penhasco onde não conseguimos enxergar o chão? Quem é que nos atira do céu, sem pára-quedas, para quando quedamos, sentimos com tanta intensidade no nosso espírito que nos faz menores, pequeninos e indefesos diante de tamanhas tantas

Através do Espelho e o que vi Lá

Poemas perdem o sentido com o passar dos tempos. Perdem o sentido para quem escreveu, pouco depois para quem leu, e pouco depois perdem o sentido no seu contexto. Nada mais natural. Eis uma prova não empírica de que as coisas realmente se transformam... e ao mesmo tempo não! Um poema escrito há cinco séculos pode conversar diretamente com os meus sentimentos atuais. As pessoas são todas iguais em essência, o que muda é a personalidade. Somos iguais, mas é perigoso encontrar vasta semelhança entre nossos semelhantes, porque todos nós sentimos a necessidade de ter identidade. Em um papo com minha irmã esta noite, ela se queixou de que esse mundo está muito igual. Estamos perdendo o assunto, perdendo a direção. Aliás, parece não existir mais direção. Seria como se já houvéssemos alcançado algum certo limite, despejamos tudo isso no chão tal como um vasto mar, e agora estamos nadando desorientados sobre ele, tentando continuar, seguir adiante. Mas e se não houver mais para onde seguir? J

O Relógio Errado

Este é, seguramente, um dos meus primeiros poemas. Fala de relógios mesmo, do passar do tempo descompassado e desmedido. Ou que não se mede, não se aplica à nossa ciência, mas à nossa consciência, ou semiconsciência, ou seja lá como queiramos chamar as coisas. Para tudo o quisermos dar nome, ainda existem coisas que fogem ao nosso controle. O tempo é uma delas. O que nos mantém sob controle está no mais profundo do nosso ser. Este é um dos meus primeiros poemas, e já não importa em qual época ele foi escrito, mas se ele ainda faz sentido. O Relógio Errado Tic, Tac, Tic, Tac Assim vai o relógio Assim vai o tempo Atropelando tudo: O homem, A mulher, A criança. O cachorro, gato, rato O homem e a mulher. Tudo se vai a Lua se vai, o Sol se vai, o Dia... E eu estou aqui! Ou será que estou lá? Às vezes estou aqui, às vezes estou lá Às vezes nem estou! E às vezes não estou sozinho!