Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2021

Paulo Freire, o inimigo do Brasil

Estive pensando sobre Paulo Freire. Quando um homem usa sua inteligência para ajudar aos outros ele é chamado de criminoso, como Paulo Freire é chamado. Agora quando um homem usa seus esforços para enriquecer, mesmo que às custas da saúde física e mental de milhares de outras pessoas, ele é chamado de gênio. Estes seriam steve jobs, bill gates, elon musk e jeff bezos. Aqui no Brasil temos os nossos: luciano hang, eduardo saverin, jorge lemann, marcel hermann telles. Estes são os donos do país. Não existe nada mais obsceno na sociedade moderna do que a existência de bilionários. Estas pessoas estão acima das regras e acima das leis. Como sociedade queremos acreditar que existe ética em seus comportamentos, mas não existe. Nossa sociedade falhou nesse aspecto. Um bilionário só pagaria pelos seus próprios crimes se um dia atentasse contra o próprio sistema que o enriqueceu, e implacável, o sistema o destruiria. Luciano Hang na CPI da Covid foi uma demonstração disso. A CPI tem sido um ver

A Série Fundação na Apple TV - Uma hipócrita ironia

Senti muito receio quando vi que a Apple TV está para anunciar o lançamento da série Fundação de Isac Asimov. Não é coerente que uma empresa que atua com base no trabalho de exploração e quase escravidão se atreva a produzir um projeto com a obra de Isac Asimov, que muito provavelmente condenaria as práticas de negócios da Apple. É incoerente, pra não dizer hipócrita. Sempre fico extremamente incomodado com a insistência das emissoras de produzirem séries contando a história de clássicos da literatura, porque isso dá mais endosso para a preguiça de ler. Os livros provavelmente serão comprados para serem deixados como peça decorativa ou souvenirs, sem nunca serem abertos. É presunção, sei, mas conheço quem faz isso. Fundação foi a série que me ajudou a quebrar para sempre meu preconceito com a ficção científica. Quando comecei a ler de verdade, aos 17 anos, era muito seletivo, pois só lia os clássicos, e no mais, os clássicos da literatura brasileira. Só aos 20 anos comecei a abrir um p

7 de Setembro, 4 Anos Atrás

Duplipensar é um clichê da literatura, mas um clichê inquietante e traiçoeiro. Testa nossos limites e nos culpa pela condição de vítima. Duplipensar é revisar a linguagem. Revisar a história abre a possibilidade para novas interpretações dos fatos, mas revisar a linguagem nos torna imunes às sensibilidades. A traição física é uma coisa pífia, porque para mim, ela é a medida do nosso amor próprio, e feliz é daquele que dela se desfaz tão rápido, porque permite atingir uma compreensão da dimensão da relação humana. A traição física só atinge aos que, tristemente, ainda acreditam na própria fragilidade. Eu lamento por estas pessoas que se agarram com desespero à barca que carrega as promessas de uma vida sem dor. A traição física é a dissolução do orgulho, como pó, e que uma vez sentida, dói, obviamente, mas passa. Mas a pior traição a meu ver é a da fé, mais difícil de suportar, e causa maior instabilidade quanto ao futuro. Causa danos sobre o ser, e por um instante, rompe com nossa perc