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Mostrando postagens de junho, 2021

Moralismo Cirandeiro

Tenho uma aptidão para a polêmica, confesso. É uma forma de chamar a atenção para mim, eu sinto um deleite silencioso ao ver o circo pegando fogo e as pessoas perdendo o juízo. Pode ser uma defesa, porque, bem, eu não gosto de ninguém, o que é diferente de odiar. É bom deixar isso claro: o ódio é quase como o amor, porque o ódio tem uma parcela de você se importar com o que os outros pensam. Não é o meu caso, eu não odeio ninguém (aliás, estou repassando mentalmente se eu li já escrevi isso em algum lugar aqui, e se por acaso escrevi, mudei de opinião, não é ódio, é só um desgosto mesmo). Eu não gosto de ninguém porque bem, tudo me entedia com muita rapidez, e por isso às vezes eu preciso adereçar provocações ao que muita gente acredita ser importante pra sobrevivência delas. Certa vez estávamos em uma conversa com universitários, o Matheus e eu. O assunto era um rapaz de cabelos longos e coloridos, e ele falando de suas experiências no Japão, e eu juro que ainda não conheci uma única

Confissão de uma derrota

Vendam minha desgraça Que fique o vencedor com as migalhas O restante de uma memória Em que até o desastre perdeu cor Perdi há muito sede e a fome, Perdi faz tempo a distinção Entre a miragem e o oásis. Aos que crêem me perdoem Foi tudo fingimento e tentativa Quis vencer as horas mortas E quão mortas foram as horas! E quantas foram elas, as horas! Mas e se houvesse um pouco mais Um minuto a mais de aguardo Uma nesga de vontade Por um fenômeno milagroso? Só mais un dia, uma chance. Brincam de felicidade, os deuses O alívio é a aposta mais alta Todos perdemos com as cartas na mão.