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Mostrando postagens de maio, 2021

Metanoia

Que há neste recinto de solidão? O passar das horas percebido  Movimento das folhas no chão Ou a vista decadente  Resiste à espera, cidadão. Há tempos que não sei o que é ser E eis-me aqui, sendo. Ou quem sente o quente e frio Cadilho de nervosas reações Dos cheiros que ardem-me o pulmão Vivo a questão do quanto vivo. O que é então? Este silêncio ululante, Ao pé do ouvido? Seria esta a resposta então? Viver é constante negação! Não, não Não há como ter plena solução É tangente a ponto de interrogação. Como posso, nesse confim de esquecimento Querer dar a solução do que há muitos Buscam com o mesmo ardor? Mas tenho eu o mesmo ardor? Não tenho o mesmo ardor Quanto a mim pergunto qual mal me levará: O infarto Dos que vivem com paixão O câncer A quem a vida parasita Ou o tédio Contrição do nascimento?

Eu Nunca Estive Aqui de Verdade

O trilho do trem e o tilintar Arrepia-me tal completamente Com seu ácido canto sedutor Atiro-me às presas da serpente O trilho do trem e o seu trajeto A múltipla curva repentina Seu sussurro ensurdecedor Condiz-me a silente divina O trilho do trem e seu caminho Infinitamente serpenteia Magnético meus olhos atrai Mergulho no canto da sereia O trilho do trem e a parada O coração oco, lar de todo o mal Mil mundos que no peito anseia Chegar-me, eu rogo, à estação final.