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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Astreia

Lembra de quando conheci E depois de algum tempo Te conheci Da primeira vez em que te vi Como se fosse a primeira vez em que te vi. Lembra dos dias de calor Do corpo suado sem se importar Lembra dos lençóis amarrotados Lembra de quando tudo era presente Sem ansiedade, sem preocupação Lembra da minha mão na sua mão Lembra da primeira porta que batemos De quando entre um e entre outro Havia uma janela aberta Lembra das noites descobertas Com o turbilhão no pensamento Da solidão, do tormento Lembra da música que dizia tudo Que era como um casamento Lembra do ruído incômodo da noite E de repente o som tornou-se mudo. Lembra do sorriso da manhã seguinte Do coração leve e perdoado Lembra do arrependimento Lembra quando notamos a primeira falha Quando a voz causava furor E quando despertava o amor Lembra quando quis acordar contigo E quando quis acordar sozinho E quando quis acordar comigo E não quis mais ser meu amigo. Quando fomos ao parque sorrindo

A Idéia

Efêmera como a respiração Cristalizamos o nada E por ele matamos e morremos Vivendo os mesmos dias de cada vez. Quando te disseram que eras único Mentiram para ti Não és único. E te disseram que voarias alto Mas não tens asas Nunca terás asas. E quando te disseram Sigas teu coração Seguiste, e viste que nada te aconteceu Pois é só um coração. É apenas sangue. E quando sangraste Disseram: sangra pelo que é sagrado! Mas tudo o que ficou foi dor e cicatriz. E tua platéia se foi sem apagar a luz O lixo ficou no chão para que tu apanhaste. Dali ninguém te comentou E ficou aquela emoção tardia de que talvez nada tenha mudado E não mudou. Tu não és a natureza que muda sem querer que mude. Nem o impávido que joga a pedra no mar E não se importa com o que transborda. Não é a natureza quando não sentes vontade Ou ao menos a natureza quando tua vontade É a vontade dos outros. E quando te disseram: a vida valeu apena! A vida não valeu a pena Foi apenas um bre