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Mostrando postagens com o rótulo O Incrédulo

Explorando o universo narcisista

Você pode se transformar em uma vítima o quanto quiser, metamorfoseando o mundo inteiro no seu inimigo (como se todos nós tivéssemos esse tempo livre na vida). Nós sabemos o quanto de responsabilidade você carrega e finge que não é com você. Eu te ouço gritar na rua com aquela pessoa, depois que acabou de deixar o seu saco de merda no chão. Chama a atenção, ei, você aí, esse saco de merda aqui acabou de cair da sua mão. Mas é lá que você larga, e o fedor acaba recaindo na culpa de quem está mais perto. E na multidão, como um rato imundo, você aponta seu dedo repleto das lágrimas alheias e diz "foi ele". Você chama quem estiver por perto como testemunha, que pela sedução desse maldito veneno, concorda, eu também vi, foi ele. E assim a mentira se fortalece, e mais uma pessoa se destrói nessa narrativa fraudulenta, a história sofre com mais um capítulo distorcido, e quem deveria sentir o peso do julgamento coletivo sai impune. A biologia, porém, é maravilhosa. A natureza é marav

Eu Odeio a Bíblia

Não gosto da Bíblia. Começo o texto com a conclusão mesmo, pois bem, é o meu texto. Agora explico o porquê, afinal é, este, daqueles temas que precisam se dar a explicação dos seus motivos ulteriores. Quis começar também assim, pomposo, com falas difíceis, mas eu vou deixar aqui o meu dicionário de vocábulos aristocráticos no chão e seguir falando como sempre falo mesmo. Acredito que os que devem explicação aos outros são aqueles cujas ações refletem alguma influência sobre outra pessoa ou grupo. A estes precisamos sim dar uma explicação do porque fazemos o que fazemos. Mas quanto à Bìblia, religão, Deus, a estas coisas, eu sofro de um profundo incômodo de me explicar, afinal, pensando de uma forma muito, mas muito prática, não faz diferença alguma minha justificativa da descrença. Crendo eu ou não se a Bíblia é um livro sagrado ou apenas um compilado mau gasto de papel de jornal e versos mal elaborados, o mundo continuará a seguir. Era o que eu gostaria de acreditar, se as pessoas con

Humildade: arma de colonização mental

Quando temos a oportunidade de ter contato com alguma figura pública que admiramos, seja ele um artista, um intelectual, um esportista, criamos uma expectativa quanto às atitudes da figura. É muito comum pessoas se declararem repudiadas por artistas que não tem humildade. Eu me lembro de um artigo no  Whiplash  ( link ), aliás, um site de jornalismo musical muito fraco, em que o escritor Adriano Ribeiro, um fã inveterado de Iron Maiden, se mostra indignado com o comportamento do baterista dos Beatles que fazia uma série de shows no Brasil, em 2011. A manchete era bastante apelativa, como quase tudo no Whiplash. Dizia "Beatles: baterista ignora fãs em São Paulo". A queixa do Adriano era pelo fato de Ringo Starr não ter parado para dar atenção aos fãs que faziam campana na frente do hotel em que ele estava hospedado. Ele cria uma narrativa de um fã de 17 anos sonhador que espera ver o seu ídolo, mas tem sua expectativa destruída pela atitude do baterista. E também na reportagem

O Erro Divino

- Quem é que bate na minha porta a uma hora dessas? - Sou Deus! - Quem? - Deus, Deeeus! Abre! - deus? - Não, não deus, Deus, Deus meu bom homem. - Pois não conheço Deus, apenas deus. - Não é assim que se refere a mim. Sempre fui Deus e sempre serei Deus. - Mas para mim é só deus, porque eu mal te conheço. - Não me conhece? De forma alguma? - Não, não conheço. Nunca ouvi falar de Deus. - Espera um momento. Que dia é hoje? - Hoje é Quarta-feira. - De que ano? - Quarta-feira de 1922. - Aquilo ali é uma lâmpada? - Sim, é uma lâmpada. - E aquilo ali é uma TV Holográfica? - Sim, é. Uma TV Holográfica de resolução em 32K pixels. Precisa usar esses óculos aqui pra não doer a vista. Uma coisa visa a outra. - 1922 você disse? - Sim, 1922. É Deus o seu nome? E você é o que? Vendedor?  - Não meu filho, eu sou Deus! Mas 1922 e TV Holográfica? 1922 depois de Cristo? - Depois de quem? - Depois de Cristo, meu filho. - Cristo? O que seria isso? - Não conhece a Deus e nem a Cristo? O homem que enviei ao

Crônicas do Não Saber 4 - Isac Asimov - Fundação 2020

Uma das minhas histórias favoritas nos livros que li é Fundação, de Isac Asimov. Ganhei o primeiro livro de um amigo meu, mas por puro preconceito com a ficção científica, abandonei na minha estante por meses. Um dia decidi dar uma chance, depois de ler tantas vezes a respeito da obra. Eu acreditava que Isac Asimov se tratava de uma literatura de ficção fácil, até mesmo infantil, por causa do cenário envolvendo a própria ficção científica. Com o passar dos anos passei a enxergar a literatura de ficção como um entretenimento, mesmo aquela que se pretende ser clássica e explorar as reflexões e ideias mais refinadas das ciências, ainda não deixa de ser um entretenimento. Como por exemplo, um filme como Jogos Vorazes que explora a ideia do Darwinismo Social, não precisa necessariamente explorar com detalhes a origem sociológica do termo, nem mesmo os estudiosos que a cunharam, e nem mesmo os outros estudiodos que a combateram, e toda a discussão científica por trás da definição que ilumin