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Erospectro

Dança a débil seda da cortina em altivez

Acaricia, enquanto sôfregas, balança

O alabastro lívido de porcelana tez.


Ajoelha ante a luz da superfície pálida

Princesa portentosa do teu estreito templo

Aporta em silhueta a majestade cálida.


Anda, paladino, sobre a laiva curvatura

Forrada do plantio de calêndulas laranjas

Descansa à boda quente da lacuna escura.


Venera esta abadia, pétala a pétala

Diante da minha dupla onírica imagem

Repousa em cada vale de divina sépala.


Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa,

Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio,

Em véu e labareda, um altar, uma pessoa.


E quando finda a música, resta-me a visão:

Princesa, diabo, luz, deleite em união,

No espelho sorridente à criadora perdição. 

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