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Renascido

Tão nova e já tão cheia de vida.  Tão cedo e já com tantas perguntas Tão sóbria e de respostas precisas.  Tão hoje, tão nobre, tão, querida. O enlace desta vida Se faz por mór desejo Metafísico Meta o físico da alma E sinta a aura de sua calma Voe voe ó querida E busque para nós, lá naquele topo A esperança que deixamos partir Voe ó coração solto voe e atravesse para nós As nuvens mais soturnas Dance cante, ó nossa vida Exale este ar puro sobre nós Embale-nos na viagem de tua voz Ensina-nos a chegar No reino das mais brancas paisagens Dance cante e nos dê tua coragem. Cave escave ó amiga Desvende e vende por si mesma Os segredos de nossos medos Mostre-nos que a vida tão doída Às vezes também pode ser brinquedo. A cada passo que caminhas Deixa um fundo rastro de saudades Escorre um fluído de amizade Transmite aventura, alegria e liberdade Que a luz intensa de teus domínios Aquela que te intensa ilumina Não cegue os te

A Ponte

Da ponte eu posso ver Onde hoje estou aqui E quero logo chegar ali A ponte há de me ligar De um ponto a outro Sobre um monte Eu atravesso a ponte Se hoje estou aqui Quero logo chegar ali A ponte movediça Não ponte aponte Da ponte eu posso ver Que mesmo parada aqui Logo logo estarei ali.

Caminhos

É uma pena que o nosso futuro não esteja nas nossas mãos, não esteja nas mãos de ninguém. É uma pena pensarmos que o futuro esteja nas mãos de alguém. É uma pena pensarmos que há mãos que regem o futuro. É uma pena até pensarmos no futuro. O futuro não está e nem nunca esteve. O nosso próximo passo somos nós mesmos quem decidimos. E há sempre um espelho após cada decisão. Seremos mais feios ou mais belos? Isso vai depender da música que procuramos no momento em que chegarmos. Estou sendo evasiva e subjetiva demais? O seu caminho é seu, a consequência também é sua, porque, acredite ou não, a sua vida pertence a você.

O Lago Interior Não Pode Secar

Ah caros amigos e raros companheiros! Não calemos a nossa voz interior. Não depositemos o nosso brio no túmulo! Caros e Raros, sigam-me pela eternidade dos sonhos impossíveis! Oh jovens mentes, que nunca padecem, mas ora cansam e ora se enchem de alegria. Nós temos um inimigo em comum, um adversário em formato de idéia, completamente violenta. Essa idéia despeja mentiras como quem despeja água limpa a prestações baratas. O fim do ano me trouxe fadiga, mas por ora também traz renovação. O que raios é o fim do ano? Uma idéia apenas! Teria mais vida se pudessem todos os fins dos meses serem fins de ano! Eu acredito no efeito que a incompreensão causa, a de que uma verdade creditada por uma única pessoa vira loucura ou impossibilidade, e que uma mentira dita muitas vezes por mais de uma voz, acaba virando verdade. Pois é assim que aos poucos os valores se destituem. Por que vê tanto negativismo nessa vida esse garoto tão jovem? - perguntam a mim. Que me abandone agora tod

Incurável Enfermidade

Eu não sou o eixo da infinita roda Que gira da planície ao litoral. Eu não sou o remédio das ânsias De vidas inexistentes E que tanto insistem em se enfeitar. Ah Apoteóse! Ah Infinita Náusea! Com tal crueldade eu escuto o ruído das máquinas Mas não vejo nada. Não sinto mais o cheiro dos doces aromas, Mas com tal crueldade eu sinto! Eu sinto o cheiro do óleo Do carbono E do silício. Ah penoso destino Onde tudo se acaba em rugas e bolhas! Onde os suores de dois corpos não se conhecem mais Mas por hora se entendem! Não está ao meu alcance Desde o meu nascimento A sensação macia de uma mão carinhosa. Ah severa mão penosa! Com que crueldade caí no meio da tempestade Desnudada de meus princípios Enrugada em meus suplícios. Ah, as minhas escolhas! Merecida consequência! O açoite silencioso desses morimbundos! Ah como me mata a morte viva desse mundo!

Condenação

Não adianta ornar com rosas Com tulipas e querubins Nem cravos de pétalas rugosas E menos azaléias vistosas A árvore que já se condena. Seus galhos retorcidos assim permanecerão Recurvada sobre a própria sombra Com a copa estarrecida e faminta De folhas secas acinzentadas. Não há o que lhe tire da situação Uma vez que a raiz caiu no solo E já atinge as profundezas do inferno Aquecendo-se vacilante Neste eterno inverno.

Taças

Ninguém se atreve a retirar da mesa O jogo de taças que ali se apresenta. Um toque descuidado E toda aquela vida cristalina se despedaça. Por isso que, Ninguém se atreve a retirar da mesa Aquele frágil jogo de taças, que ali se apresenta.

Ortotanásia

Foi quando veio a academia Que anunciaram a morte da poesia. Juntaram uma pilha de institutos Calcaram-na de pó para produto. Podia eu falar da beleza da noite Ou da tristeza dos dias Mas com mote teimo em dizer Da infeliz morte da poesia. O homem inventou a roda O Fogo As cidades As ventanias  As tempestades O riso e o pranto mudos Inventou o homem surdo E as notícias turronas. E enfim por não ter mais que inventar Inventou a si mesmo. Tudo isso está escrito Na tábua sábia da academia. Mas antes disso tudo Antes da primeira aurora E depois do último crespúsculo Já ela vivia livre A nobre poesia. Encarcerada pois ela está Sob o peso de muitos ministros Com quantos outros mil doutores Vive ela vã em suas dores, Vomitando feito registros. E o mestre sábio da pena teimosa Vive com ela tão cheio de glosa Mas mais que a dor tão pretensiosa Vive ela, pobre poesia, toda chorosa. Já não a sente quem não a vê Empilhad