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Viva diferença

Vindo todo o dia Pela mesma alameda Vendo o mesmo chão O mesmo entulho no mesmo lugar A mesma comadre contando das mesmas pessoas E as mesmas pessoas Diferentemente como umas as outras E essa mesma parede azul Chata, calma, tranquila, beirando o inferno imutável do tédio De bocejo em bocejo eu penso uma faísca de desejo: Essa parede podia ser laranja, só por um segundo.

O inútil

Casa de Pedra Livro de Papel Cadeira de Madeira Artilharia de Quartel O livro prescrito da medicina mundial Caguei-o e mandei-o para os diabos disse o viajante sem pernas Casa de Papel Livro de Madeira Cadeira de Quartel Quinquilharia de Pedra Depois disso cansou E resolveu que sentaria no céu e deitaria no mar. O viajante não sou eu.

Folha de árvore e de jornal

Sebastian Wissenmann sabia do Brasil por janelas Através dos livros e das teorias Pelas revistas e pelas opiniões jornalísticas Queda econômica Desastre urbano Informação endêmica Insatisfação diária Poluição acadêmica. Pro Tião Sabichão o Brasil era a mangueira Debaixo de que aprendeu a namorar E por causa sabia bem mais.
O mundo já é o bastante Para os que nele vivem Os que emparedam-se no chão Ele é como é Para o que carrega o espírito criança na mão O mundo não há, Hão.