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Não-futuro

Viagem à terra sagrada de Xaltocan - Chegamos em Buenos Aires! Olha o mar... - Cordilheira dos Andes! Olha o mar... - Miraflores! Olha o mar... - Montserrat! - La Capilla del Hombre! - Canal do Panamá! - Cidade do México! O mar... Jamais conseguimos partir daqui.

A Chave

Catedral da minha vida Nébula ulular distante O ditame da insegurança A ditadura da incerteza Bato à porta e aguardo a pergunta: nada soa Bato à porta e aguardo a segunda nada evola Bato mais forte e o coração agita Esvaece um perfume augure E só retorna, reboa Alguém aí? A porta abre, ouço passos adiante A cada passo meu, um passo atlante Ouço um passo retornante Alguém lá, além Ou eu aqui, avante? A chave jaz ilesa entre o invisível
A música é a última coisa que pode fazer um homem desolado na vastidão de sua miséria sorrir novamente. A música é a última coisa que pode denunciar se ainda nos resta algum vestígio de humanidade. A música é a última coisa que pode nos restabelecer sem pedir licença.

Há mar gura

Um coração ferido soa Como o canto melancólico no oceano Ecoa de dentro em adiante De dia em mês, de ano em ano Basta visitá-lo de passagem Quando a gente para pra escutar Como quem é arrebatado Escuta só: Ouve essa melodia distante e maldita Alguém ainda lamenta sem motivo lógico E há tristeza, mágoa, angústia e ódio É algum espírito desamparado Que às vezes vagueia solitário E pede compaixão e liberdade. E como se curar desta maldade? Como fazer com um suspiro final Enxugando a última lágrima que destrói O mais orgulhoso dos homens Esquecer dos verdes bons anos? Não houve toque debaixo d'árvore Ou bonsai que sobrevivesse Não houve música que tocasse E pudesse deixar que caísse Sem que o espectro durasse Sob essa energia esquisita. E para onde quer que o olhar relance Num vácuo de memória lá estará Aquela imagem distorcida e tão antiga, e tão doída. E uma pergunta sem sentido Por que ali reside? Tudo por uma atitude sadia Crendo na bondade dos

Truth

Truth is not in the news, nor in the books, or science, or religion, or society, or factual events of life.  Truth is in your inner and deep opinion about all these things.  Everything else is a diversion of truth.

Xadrez

Já me habituei a escrever sobre coisas que só eu entendo. O mundo é a cada turno, mais e mais individual. Eu sou uma prova disso. Só escrevo coisas sobre mim. Andamos feito cegos em busca de uma visão, e como cegos, em busca de uma esperança. Cremos no companheirismo, e deixamos para lá os maus assuntos. As nossas idéias filtram os males do dia-a-dia, e nos impulsiona para o futuro. Temos um propósito, temos um motivo para viver. Porque Deus parece não querer nos dar este motivo. Ele está silencioso, cada vez mais inaudível e profundamente incompreendido. Não creio nas respostas, creio apenas na vida. Sinto-me cada vez mais só, em um tabuleiro de xadrez preto e branco, às vezes marrom. Tabuleiro de mármore, empoeirando. Sinto-me cada vez mais, uma simples peça de mármore.

História de uma florzinha invisível

Quem dera podia ver através do tronco d'uma árvore Captar suas entranhas druídicas como Deus imaginou que seria tudo o que só podemos ponderar no começo tudo é fofo e macio nesse chão de terra viva terreno forte terreno sadio então uma florzinha imaginária daquelas que valem a pena crer deita ali e fica Mas não será? A gente pisa por cegueira Por insabedoria dessatisfatória E pior que uma gotinha de sangue uma gotinha de lágrima E quando cai no terreno novo Abre um chão de cimento duro Mas tem chão pra toda hora E a florzinha ainda é nova Respira muito depois que chora E vai Será? no começo é quase tão fofo Quase tão novo e quase tão brio nesse chão de terra que vive Terreno que prossegue e vigora E uma flor madurando vai Daquelas que querem viver Senta ali, olhando para os lados E a gente fala por ignorância Por presunção ingênua indumentária E pior que uma gotinha de lágrima um vento no oco do peito E quando cai no terreno novo Treme,

A mother's mourning of a new January

Drop the flags Drop the flags! Cries the man with no hope But thy deepest pain it  won't cope Drop the flag of deadly lies Leave it whilst where everyone dies The silent look of owl and cat The idea remains while man's in depth For the coffin only it'll enfold The man about himself stories The flighty truth over the sea Buried forever hidden untold. Drop the flag of any color Of any flimsy shallow dream The rose is red on sad tears Of a poor poor mother in huge vent Lost in muttering mourning fears. Drop the flag which kills the soul And as a coffin blanket in the end Will bring as it feels and as it falls. ============================================ Em memória de Rafael

XLIV

Pensando hoje no quanto culpamos a tudo e a todos pelo fato de nossas vidas não serem do jeito que queremos, fazemos de tudo para fugir da responsabilidade que nós somos o nosso próprio guia. Ninguém é responsável pelas suas escolhas, nem seus pais, nem Deus, nem o diabo, nem o Governo, nem a sua mulher, nem o seu filho. Eu pensei nessa frase: "Não terceirize a sua frustração, simplesmente admita a sua incapacidade."