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Sobre Inveja

Sempre achei medíocres as pessoas que ficam preocupadas com a inveja alheia, talvez por eu ter uma mente tão ocupada com coisas mais importantes que não me parece que tal coisa, inveja, possa existir para mim. É foda... hoje comecei a entender um pouco disso e realmente dói. Não é medíocre quem foge da inveja, medíocre é quem vive em função disso. 

Para estas pessoas eu só preciso dizer: procurem algo melhor para fazer da vida. Ninguém cultiva nada esperando que a horta do vizinho seja destruída. Essa de distorcer verdades porque você não tem amor próprio pra contribuir com sua própria vida, isso é muito pobre, pequeno. Vivemos num universo muito vasto. O que faz sua atitude e sua opinião parecerem tão fundamentais assim?

Se precisar de ajuda, conselhos, eu sou ótimo pra isso, faz parte do meu ser querer ajudar os outros, da melhor maneira possível, mesmo tendo a certeza de que nunca me agradecerão por isso. Sem ressentimentos. Mas não espere a destruição de pessoas boas que também cometem erros. Isso não é legal e de acordo com a crença comum, aquele Deus parece não achar isso grandioso.

Engraçado que questionam a ética de um ateu, um agnóstico ou até mesmo de um Deísta. Atribuem o mal do mundo aos incomuns, aos questionadores. Estas pessoas tementes a Deus não temem então conviver com uma consciência tão suja assim? Tirem Deus desta história. Segundo a história de sua bondade, Ele é grandioso demais pra isso.

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Bucolismo

Com tua carroça cheia dos restos da cidade O catador para diante da margem do rio É um rio largo, escuro, mal cheiroso Ele observa o reflexo nas águas, suspira e vai embora: - Esse rio é tipo um abismo. Todo dia passa ali, com tua carroça colorida de catador. A engenharia é uma piada tecnicista Tem uma TV quebrada Num celular, uma antena de carro, só por ironia Um CD de um grupo de Axé que já acabou - o resto de uma alegria do passado - Uma boneca vestida com roupa de mecânico Restos de móveis Restos de roupas Restos de memórias fragmentadas. Ele mira o reflexo nas águas, suspira, e vai embora: - Esse rio aí, é um imenso abismo. Todo dia é a mesma coisa. Do outro lado da margem do mitológico rio:  A vista bucólica de um jardim bem cuidado Casas em seu devido lugar Pessoas em seus devidos lugares É tudo como se fosse um sonho. Ele olha as águas, se vê no fundo distorcido, suspira, pega sua carroça e vai embora - Um dia atravesso o rio. O rio é quase sem fundo e quase sem vida.

O Lago

Caminha entre alamedas tortuosas E a abóbada de bosques sigilosos Adentro a mata o encanto avistai Repousa obliterado o grande lago. E largo encontra em límpido repouso Defronta diante em margem distorcido Silêncio com remanso se emaranha Enigma malcontente insuflado. Atira-lhe uma pedra e de onde em onda Emergirá um monstro adormecido Até que venha o próximo remanso Até que a fenda em sangue desvaneça.

A Praça

Chegando na praça central Ouço os ecos e os rumores De uma vida que parece outra Os risos de andarilhos sem caminho Os caminhos de passos tortuosos O desgaste do que antes fora arte As estátuas sem nome Os nomes nas placas sem história Folhas caídas pelo chão  Os recortes no ar, de galhos retorcidos Ominoso, lugubre e risonho Será que um dia voltarão a florescer? A cada suspiro uma mão distante me acena Miragem ou ilusão, um consolo de memória. Por que tão vazia? Por que tão pouco visitada? Por que assim, remota, esquecida? Cercada de casas sem família Cercada de muretas sem ter o que proteger Nesta praça de ruas que não vão e nem chegam Somente o velho reina Meu filho, diz o vento, é assim mesmo. Quantas vezes soube tu, alguém que guardasse teu nome? A praça tem som de tranquilidade e cheiro de saudade.