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Para a Música Sem Nome

Eu podia morrer agora Fama talvez. A mais nova notícia do noticiário do povo. Nem que fosse ao menos por uma semana Meu sangue anêmico esparramado ao chão seria notado enfim, Já que não em minhas veias tristes e dilaceradas em vida. Melaria e avermelharia um pedaço de terra e de história, E uma música soaria. Essa música que não tem nome. Talvez pudesse se chamar  “Noturno triste contemporâneo em Mi menor” Tristeza contemporânea Iguais às de hoje em dia. Tristeza esparsa, vã e mentirosa. Tristeza que todo mundo sente Tristeza que ninguém quer sentir. Ou talvez pudesse ser a música que todo mundo queira ouvir Daquelas que a gente não acredita! [que às vezes o dia é desagradável e não tem retorno. Mas a gente não acredita e muda de estação. Daquelas em que eu sonho com a princesa de Minas Gerais Daquelas em que eu acho que a princesa tem um sorriso lindo Lindo de morrer E que é pra mim, mas na verdade é a música que me deixa assim. Quando eu digo que te amo e acho que obtenho uma respost

Viajante Cacique

 Não sou daqui, sou de qualquer lugar Sou de onde meu coração mandar Não sou daqui, sou de lugar nenhum Sou de onde o tambor ainda faz tum! Sou das Minas às Serras Cantareiras Sou Urupês, Irapuá e Tabajaras Canaviais, Honolulus, Parises e Milãos. Sou da terra de todos os irmãos. Sou de Belém, Carfanaum, Jerusalém, Sou das Terras sem nome Por que antes não tinham. Hoje só têm para ti segregar. Sou o típico Italo-americano das tribos de Itapecerica. Sou o filho do baiano comedor de mexericas. Sou o Alfa, o Ômega e sua semelhança. Sou começo, o meio e o fim de toda a dança. Sou o último raio da estrela, a esperança.

Tragédia

Meio-dia. Ele fitou-a com mãos trêmulas. Ela olhava ansiosamente o resultado da loteria. Num sopro de brisa, a luz do Sol pairou sobre suas cabeças. E mão do Senhor pairava em suas cabeças. O relógio parou, o tempo parou e tudo ficou parado. Uma linda história de noticiário os invadiu por instante. A jarra de água entornou na foto que dizia pra sempre Ela deu as costas e foi ao cabeleireiro. Ele tentava, desesperadamente, enxugar a imagem. E o relógio ainda não soava o meio-dia e um. Para Liliane ========================================================== Meio-dia. O moço fitou-a com mãos trêmulas. A moça olhava atentamente o resultado da loteria. Por um instante, a luz do Sol pairou sobre suas cabeças. E entre eles estava o teto escuro. O relógio parou, o tempo parou e tudo ficou parado. Uma linda história de noticiário os invadiu por instante. A jarra de água entornou sobre a foto que dizia pra sempre A moça deu as costas e foi ao cabeleireiro. O moço tentava, desesperadamente enxugar

Cidade Fantasma

 Fechou o dia. A cidade está vazia, Ruas inteiras com a imensidão da ausência. Portas fechadas, Janelas fechadas, Porcas fachadas. A cidade está vazia O dia está vazio Tudo está vazio. O Sol nasce cinza e lamenta O movimento de translação dos planetas. Pobre Lua, escrava nossa, eterna rainha dos amantes loucos. Não consigo sentir o cheiro. É por isso que sempre estou do lado de fora das vitrines. Por que o dia fechou. A cidade fechou.

Filosofando o Tic-Tac

 Dias vão, dias vêm Vão-se as cavalarias e infantarias Boemias e orgias inteiras Vão-se as horas de gozo e as obrigações Mas nada disso me faz entender, Nada; Nada me faz compreender o porquê do relógio às vezes fazer tic [e às vezes fazer tac. Por que do seu ir para a esquerda E depois para a direita? E porque os seus ponteiros giram giram giram Incessantemente... Dolorosamente...

O Espelho

O Espelho Diante do espelho constatei minha teoria: O espelho é liso e brilhante O espelho é branco e reluzente O espelho é silencioso como um gato. É puro como o leite das rãs. É calmo como as águas do Éden. Quando olhei para o espelho, Não consegui enxergar nada.

Mariposa

 Viver me fez entender um pouco que há sempre uma mariposa                 [branca rasgando o céu. Ela vem voando, vem voando Se eu nunca a olhar Talvez ela vá voando, vá voando e eu nunca mais olharei.

Rosa Proibida

 Nasceu uma linda Rosa no meu jardim O meu jardim é cheio de cravos e espinhos No seu profundo jaz a Madre Pérola A Rosa pintou os Cravos com as cores confusas Mas a Rosa não fez nada...  Foi o Jardineiro astigmático e míope.